As cotações do milho seguem firmes no mercado brasileiro, sustentadas pela postura dos vendedores e pelo cenário externo favorável. Enquanto a colheita da segunda safra se aproxima do fim, os contratos futuros na B3 e em Chicago encerraram agosto em alta, reforçando expectativas de valorização no segundo semestre.
Preços do milho seguem estáveis no mercado físico
De acordo com o Cepea, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) oscilou entre R$ 63 e R$ 64 por saca de 60 kg ao longo de agosto. A comercialização no mercado físico é pontual, mas os vendedores seguem firmes em suas posições, limitando a oferta e apostando em valorização, especialmente em regiões onde os grãos estão armazenados.
Já os compradores de curto prazo enfrentam dificuldade diante dos preços mais altos pedidos pelos vendedores. Por outro lado, indústrias e consumidores que se programaram antecipadamente seguem utilizando estoques adquiridos em contratos passados, apostando que a abundante produção nacional possa reduzir as cotações nas próximas semanas.
Fatores que impulsionam a alta do milho
Segundo análise da TF Agroeconômica, o milho tende a se valorizar sazonalmente no segundo semestre, movimento reforçado pela redução gradual dos estoques e pela demanda crescente. A consultoria orienta produtores a utilizarem estratégias de proteção, como vender o produto físico e, ao mesmo tempo, recomprar contratos futuros na B3, garantindo margem em caso de novas altas.
Entre os fatores de sustentação estão:
- ritmo acelerado das exportações norte-americanas, superando a média para atingir a meta recorde do USDA de 73,03 milhões de toneladas;
- queda na produção europeia, estimada em 57,6 milhões de toneladas, abaixo das 60,1 milhões previstas anteriormente;
- redução de 60,64% nas exportações de milho da Ucrânia em relação ao mesmo período de 2023, abrindo espaço para embarques do Brasil e dos EUA.
No mercado interno, o consumo industrial e as exportações do segundo semestre também reforçam a tendência de recuperação das cotações.
Pressões de baixa seguem no radar
Apesar do otimismo, alguns fatores podem limitar a valorização. Nos Estados Unidos, o início da colheita recorde no sul do país tende a ampliar a oferta global. Além disso, entraves comerciais entre Washington e Tóquio afetam a demanda, já que o Japão é o segundo maior importador de milho norte-americano.
No Brasil, a queda do dólar e a retração nos preços de derivados, como etanol hidratado, carne bovina e de frango, atuam como limitadores para novas altas da commodity.
Milho abre setembro com leves ganhos na B3
Na manhã desta segunda-feira (1º), os contratos futuros do milho registraram movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). Às 10h, os preços variavam entre R$ 65,46 e R$ 73,90 por saca. O contrato de setembro/25 subia 0,02%, negociado a R$ 65,46; novembro/25 avançava 0,13%, a R$ 69,64; janeiro/26 ganhava 0,22%, cotado a R$ 72,06; e março/26 subia 0,46%, a R$ 73,90.
Agosto termina em alta na B3 e em Chicago
O milho encerrou agosto com valorização nas principais bolsas de negociação. Na B3, o contrato de novembro/25 acumulou alta de 2,55% no mês, fechando a R$ 69,52, enquanto o de janeiro/26 encerrou a R$ 71,95. Já a média Cepea subiu 1,18% no período.
Em Chicago, os preços também avançaram. O contrato de setembro, referência para a safrinha brasileira, subiu 3,24%, cotado a 398,00 cents/bushel, e o de dezembro avançou 2,50%, para 420,25 cents/bushel. A forte demanda externa, aliada à cobertura de posições vendidas por fundos de investimento, garantiu sustentação mesmo diante da expectativa de safra recorde nos EUA.
No balanço, agosto trouxe ganhos no mercado doméstico e internacional, reforçando a perspectiva de que o milho seguirá com preços firmes nos próximos meses, sustentado pela demanda consistente e pela disputa entre oferta abundante e incertezas comerciais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio