Minas Gerais prevê colheita de 238 mil toneladas de tangerina ponkan em 2025

Minas Gerais projeta uma colheita de 238,6 mil toneladas de tangerina ponkan para 2025, com pico de produção concentrado entre maio e julho. O volume representa um crescimento de 3,1% comparado à safra anterior, segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). O estado é o segundo maior produtor da fruta no país, ficando atrás apenas de São Paulo.

Características e perfil dos produtores

Conhecida popularmente como mexerica, a tangerina possui diversas variedades, sendo a ponkan a mais cultivada em Minas. A fruta ocupa uma área de 12,4 mil hectares, principalmente sob responsabilidade de 6.175 agricultores familiares. “A ponkan é predominante na agricultura familiar por seu manejo simples e alta produtividade por hectare, proporcionando bom rendimento para os produtores”, explica Deny Sanábio, coordenador de Fruticultura da Emater-MG.

Regiões de maior produção no estado

Os maiores produtores mineiros são os municípios de Belo Vale (região Central), Campanha (região Sul) e Brumadinho (região Metropolitana de Belo Horizonte). A tangerina ponkan se adapta bem em regiões com temperatura média entre 20°C e 30°C. Segundo Sanábio, embora seja cultivada em todo o estado, a concentração maior está no Sul, região Central, Zona da Mata e Campo das Vertentes. No Norte e Nordeste de Minas, a produção é menos expressiva, devido ao calor mais intenso, mas pode ser viabilizada com irrigação.

Destaque para Belo Vale e história familiar

Em Belo Vale, maior produtor estadual, a expectativa é colher 34,6 mil toneladas em 2025, em uma área de 2,1 mil hectares dedicada à fruta. O produtor Flávio Amaral Santos conta que a atividade é tradição familiar desde os anos 1960, quando seu avô iniciou o cultivo de laranja e mexerica ponkan. Hoje, ele e o pai conduzem a produção em 50 hectares, com venda para diversas regiões do Brasil, incluindo São Paulo, Belo Horizonte, Uberlândia, Maceió, Teresina, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Apesar do atraso na colheita provocado pela escassez de chuvas em fevereiro e março, as perspectivas são positivas.

Cuidados essenciais contra o greening

A Emater-MG reforça a necessidade de cuidados constantes para prevenir o greening — doença bacteriana grave que afeta os citros, provocando deformação dos frutos, maturação irregular, queda na produtividade e morte das plantas. A principal forma de contaminação é pelo psilídeo, inseto que transmite a bactéria ao sugar a seiva das plantas.

Entre as medidas de prevenção estão o controle rigoroso do psilídeo, uso de mudas sadias e certificadas, além da eliminação de pomares e plantas velhas, que podem ser reservatórios da doença. Em casos confirmados, a remoção imediata das plantas infectadas é obrigatória, devendo ser realizada sob supervisão do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão responsável pela defesa vegetal no estado.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio