Ministro Carlos Fávaro destaca parceria verde pela agricultura entre o Mapa, Embrapa e JICA

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou, nesta terça-feira (18), da apresentação do Projeto de Cooperação Técnica Internacional entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), voltado ao diagnóstico de pastagens degradadas e ao monitoramento da recuperação e intensificação agrícola sustentável no bioma Cerrado.

O ministro destacou que a iniciativa se soma a cinco décadas de avanços e fortalecimento da agropecuária brasileira, ressaltando que a ciência é o ponto de partida para transformar áreas degradadas em sistemas produtivos de alto desempenho. “Detectar áreas degradadas pela ciência e financiar sua recuperação: isso é o que firmamos hoje. Esse projeto com a JICA reforça o novo modelo de crescimento sustentável que estamos consolidando”, afirmou.

O evento ocorreu no principal painel da Casa da Agricultura Sustentável, durante a COP30, no AgriTalks. O projeto visa desenvolver, testar e implementar tecnologias e metodologias para monitorar, recuperar e converter pastagens degradadas em sistemas agrícolas sustentáveis no Cerrado. Para isso, serão combinados dados avançados de satélites japoneses com indicadores de saúde do solo, intensificação agrícola sustentável e análise econômica, oferecendo ferramentas para melhorar o uso da terra, reduzir a degradação e apoiar políticas públicas como o Programa Caminho Verde Brasil.

Fávaro reforçou que o país não precisa expandir sua fronteira agrícola para continuar crescendo. “Não precisamos avançar sobre o Cerrado ou sobre as florestas. Vamos continuar crescendo com sustentabilidade”, afirmou.

O ministro também celebrou a parceria com a JICA, lembrando que a relação entre a agência japonesa e a agropecuária brasileira é antiga. Ele ressaltou que o apoio do Japão tem sido determinante para o desenvolvimento de tecnologias agrícolas e que essa cooperação continua a impulsionar a inovação no setor.

Na ocasião, foi assinado o Memorando de Cooperação entre o ministro Carlos Fávaro, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e a vice-presidente da JICA, Katsura Miyazaki. O documento reforça o compromisso conjunto de Brasil e Japão com uma agricultura inovadora, resiliente e alinhada às metas globais de sustentabilidade.

A presidente da Embrapa destacou que a parceria fortalece uma cooperação histórica entre Brasil e Japão e consolida o papel da ciência na recuperação de pastagens degradadas e no avanço de uma agricultura mais sustentável no Cerrado. Segundo ela, o projeto integra inovação, dados de satélite e políticas públicas como o Programa Caminho Verde Brasil para ampliar a produtividade sem a abertura de novas áreas e apoiar a adaptação climática da agropecuária brasileira.

“Estamos estruturando um esforço de longo prazo que une tecnologia, saúde do solo e integração de sistemas para mostrar ao mundo que o Brasil tem soluções reais para crescer preservando. Essa cooperação é um marco que impulsiona uma agricultura de baixo carbono e preparada para os desafios climáticos dos próximos anos,” afirmou Massruhá.

O projeto terá duração de cinco a dez anos e está previsto para começar em abril de 2026.

As articulações entre a Embrapa e a JICA tiveram início em 2024 e foram sendo consolidadas desde então. Após a visita da equipe da Embrapa Cerrados à sede da JICA, em Tóquio, o projeto foi reformulado para incluir componentes complementares, como a avaliação e o monitoramento da intensificação no campo e por sensoriamento remoto; a criação de um zoneamento de risco climático específico para pastagens (ZARC Pastagem); o desenvolvimento de um sistema digital de apoio à decisão para produtores e gestores; a realização de ações de transferência de tecnologia; e a avaliação dos impactos das inovações aplicadas, além da elaboração de cenários de riscos e efeitos das mudanças climáticas nos processos de intensificação agrícola e restauração de pastagens.

A vice-presidente da JICA ressaltou que a cooperação com o Brasil tem raízes profundas, iniciadas ainda na década de 1950, e que continua guiando novas iniciativas voltadas à sustentabilidade, ao clima e à produtividade agrícola. “Os desafios que enfrentamos são complexos, mas, por meio do conhecimento compartilhado, da confiança mútua e da ação coletiva, podemos construir um futuro mais resiliente e sustentável. Esta nova cooperação reforça nossa parceria histórica e estabelece as bases para um modelo agrícola inovador, circular e capaz de responder às mudanças climáticas”, afirmou Katsura Miyazaki.

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Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária