Rio de Janeiro, 04/05/2025 – A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ), com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), realizou neste fim de semana a Operação Fake Monster, que desarticulou uma rede criminosa que atuava em plataformas digitais. A rede promovia a radicalização de adolescentes, a disseminação de crimes de ódio, automutilação e conteúdos violentos como forma de pertencimento e desafio entre jovens.
A ação, que também contou com a atuação das polícias civis do Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo de forma simultânea, foi fundamentada em um relatório técnico produzido pelo Ciberlab após um alerta da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que identificou células digitais voltadas à indução de condutas violentas em jovens por meio de linguagens cifradas e desafios com simbologia extremista.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Duque de Caxias (RJ), Cotia (SP), São Vicente (SP), Vargem Grande Paulista (SP), São Sebastião do Caí (RS), Campo Novo do Parecis (MT).
“Essa operação é um exemplo da capacidade de resposta integrada das Polícias Civis. Atuamos de forma cirúrgica para desarticular uma rede que cooptava jovens para práticas violentas em ambiente digital. Nosso objetivo principal é proteger adolescentes e evitar que a violência simbólica migre para a realidade,” destacou Rodney da Silva, Diretor da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) do MJSP.
Ação em grande evento
A deflagração da operação foi planejada para neutralizar condutas digitais que vinham sendo articuladas com potencial risco à ordem pública, em especial diante de eventos de grande concentração popular no Rio de Janeiro, sem que houvesse qualquer impacto para os frequentadores.
Fake Monster
O nome da operação faz referência ao uso de perfis falsos por parte dos aliciadores, que se apresentavam como membros da comunidade de fãs da cantora Lady Gaga — conhecidos mundialmente como “little monsters” (monstrinhos, em português). A escolha ressalta a falsidade da identidade digital utilizada para cooptar adolescentes, travestida de inocência e pertencimento, mas operando em redes fechadas com conteúdos violentos e autodestrutivos.