
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) promove nesta quarta e quinta-feira (24 e 25/9), em Brasília, a Oficina de Tecnologias Agroecológicas para a Adaptação da Agricultura Familiar às Mudanças do Clima. O evento reúne pesquisadores e cientistas de várias partes do país.
O objetivo é discutir a utilização de conhecimentos que contribuam para a adaptação aos impactos das mudanças do clima nos sistemas produtivos de povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares e para a formação de técnicos de extensão rural, que vão atuar como difusores das informações nas comunidades.
A oficina é a primeira etapa do processo de implementação do Programa de Formação em Mudança do Clima e Agroecologia, conduzido pelo Departamento de Políticas de Gestão Ambiental Rural (DGAR), da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável (SNPCT) do MMA.
O programa, que fará inicialmente a capacitação dos técnicos, está sendo desenvolvido em parceria com órgãos como o Instituto Federal de São Paulo (Campus Piracicaba) e o Grupo de Políticas Públicas, vinculado à Esalq-USP, além de contar com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
“A oficina é o primeiro passo para a estruturação de um programa de formação de agentes de Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural], uma Ater socioambiental, que atenda os agricultores familiares e os povos e comunidades tradicionais de forma contextualizada com a realidade em que as pessoas vivem”, explicou a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Edel de Moraes, na abertura do evento.
“É o início de uma reflexão, de um olhar para os diferentes biomas, para a necessidade das pessoas que vivem nesses biomas de forma que possamos fazer intercâmbios com as instituições que oferecem Ater, partindo de um pensamento que una o ambiental e o rural, juntando também a questão da adaptação às mudanças do clima e a necessidade de produzir alimentos saudáveis e com qualidade”, reforçou.
O diretor do DGAR, Daniel Peter, destacou a importância da agroecologia. “A agroecologia bebe da ancestralidade, dos sistemas agrícolas tradicionais, dos conhecimentos das comunidades tradicionais. Assim, a resposta do futuro está nos conhecimentos ancestrais. E a gente precisa fazer esse resgate, integrando o conhecimento da ciência com os conhecimentos tradicionais”.
Segundo ele, a oficina vai revisar e atualizar os conhecimentos sobre diversos tópicos relacionados às temáticas de mudança do clima e agroecologia para produzir conhecimentos a serem repassados por meio de cursos presenciais e a distância a extensionistas rurais, agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais.
Um dos critérios adotados na definição dos conteúdos dos cursos, ainda segundo Peter, é a integração entre conhecimentos tradicionais e científicos. Nesse sentido, estão previstas outras etapas de diálogos com representantes de segmentos da sociedade civil, do movimento agroecológico e de povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares.
A programação da oficina inclui uma série de painéis e discussões com especialistas. Neste primeiro dia, a agroecologia foi apresentada como um sistema de produção promissor, capaz de contribuir para a saúde do solo, a conservação da biodiversidade e a segurança alimentar e nutricional.
O sistema foi reconhecido pelos palestrantes como uma estratégia eficaz tanto para a adaptação, como para a mitigação das mudanças climáticas, reduzindo a emissão de gases do efeito estufa.
Até o final do evento, que se encerra na tarde desta quinta-feira, serão tratadas diferentes temáticas a partir do olhar agroecológico, tais como o impacto do setor agrícola no clima, o manejo dos solos, a ciclagem de nutrientes, o manejo de insetos e doenças, a agrobiodiversidade, os sistemas agroflorestais, a produção animal e o acesso a mercados.
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