O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) participou, na última quinta-feira (13/11) do diálogo promovido pela Presidência da COP30 com povos e comunidades tradicionais, realizado na Zona Azul, espaço oficial de negociações da conferência. A atividade reuniu lideranças comunitárias, representantes governamentais e autoridades em um diálogo voltado à justiça climática, proteção territorial e participação social.
O encontro teve como objetivo apresentar os planos da Presidência da COP30 para inclusão de comunidades tradicionais, afrodescendentes, agricultores familiares e povos impactados diretamente pela emergência climática, além de ouvir demandas e expectativas consolidadas ao longo dos Círculos dos Povos. Durante o ato, foi entregue o relatório final da Comissão Interministerial de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultores Familiares, documento que abrange diagnósticos, recomendações e propostas construídas de forma participativa.
Para a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Edel Moraes, o diálogo direto com os territórios é fundamental para orientar políticas públicas de adaptação climática e proteção ambiental. “As comunidades tradicionais, afrodescendentes e agricultores familiares são as primeiras a sentir os impactos das mudanças climáticas e as últimas a serem ouvidas nos processos decisórios. Receber este relatório é reconhecer que não há justiça climática sem justiça territorial e racial, e que o Brasil está construindo uma COP30 que valoriza e protege quem cuida das nossas florestas, águas e biodiversidade”, afirmou.
Além da secretária do MMA, participaram da atividade o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; e a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Machiavelli. As autoridades reforçaram a importância de avançar em políticas integradas que relacionem clima, território, igualdade racial, agricultura familiar e conservação ambiental.
As lideranças presentes destacaram temas centrais para a agenda climática, como o reconhecimento e a proteção de territórios tradicionais, o enfrentamento ao racismo ambiental, os impactos da crise climática sobre modos de vida comunitários, o acesso à terra e à água, a garantia de infraestrutura e saneamento e os desafios da segurança alimentar. Mulheres e jovens rurais também apresentaram relatos sobre adaptação climática e vulnerabilidades que enfrentam em seus territórios.
Os representantes do governo federal reforçaram o compromisso com a articulação interministerial que guiou a construção do relatório entregue à Presidência da COP30. O documento estabelece uma agenda propositiva para o período de 2025 a 2030, alinhada às prioridades de justiça climática, participação social e valorização dos saberes tradicionais.
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