
A Defensoria Pública da União (DPU) realizou, nesta sexta-feira (14), durante a COP30, em Belém (PA), o painel “Atuação das defensorias nos desastres de Mariana e Brumadinho”, que reuniu representantes do Governo Federal, do sistema de justiça e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para debater o papel das instituições na defesa de direitos após os maiores crimes ambientais do país.
O encontro analisou a atuação estatal nos processos de reparação, os desafios para garantir justiça às populações atingidas e a necessidade de fortalecer estratégias de responsabilização das empresas envolvidas. Mesmo anos após os rompimentos das barragens, muitas comunidades ainda lutam por indenizações adequadas e pela reconstrução de seus territórios.
Entre os participantes esteve a secretária adjunta da Secretaria de Articulação e Monitoramento (SAM) da Casa Civil da Presidência da República, Petula Ponciano, que destacou a importância da integração institucional para enfrentar desastres socioambientais. Segundo ela, “quando a gente traz experiências concretas, sólidas e tecnicamente embasadas, podemos favorecer que as negociações avancem de forma mais ágil frente aos desastres que vêm ocorrendo no mundo inteiro. E esses eventos começaram a exigir do Estado brasileiro um esforço institucional sem precedentes, com a criação de esferas de governança diferenciadas, mais inovadoras, mais ágeis”.
Petula ressaltou que a experiência brasileira demonstra que prevenção, resiliência e reparação só são efetivas quando o Estado atua de forma articulada, com clareza de responsabilidades e alinhamento federativo. Ela também enfatizou o papel essencial das defensorias públicas, que garantem representação jurídica adequada às populações atingidas.
“Essa grande articulação entre AGU, defensorias, Ministério Público, órgãos ambientais, a Presidência da República, demais ministérios, atingidos e movimentos sociais está consolidando um movimento bastante inovador de governança institucional, que é referência no Brasil e tem sido referência para outros lugares do mundo”, afirmou.
Além da representante da Casa Civil, participaram do debate Izabel Bressanini Monteiro, do MAB, Rafael Mello Portela Campos, defensor público do Estado do Espírito Santo e coordenador do Núcleo de Atuação em Desastres e Grandes Empreendimentos (NUDEGE/DPE-ES), Carolina Morishita Motta Ferreira, diretora da Câmara Nacional de Conciliação Agrária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e Junior Divino Fidelis, adjunto do Advogado-Geral da União, que atuou diretamente no caso Mariana. A mediação foi feita pelo defensor nacional de direitos humanos, Frederico Aluísio Carvalho Soares.
O painel reforçou que a atuação das defensorias públicas é indispensável para assegurar voz às vítimas e garantir que os impactos ambientais, sociais e econômicos sejam enfrentados de forma efetiva e articulada. Também evidenciou a importância de uma coordenação mais eficiente entre União, estados e órgãos de justiça para prevenir novos desastres e fortalecer políticas públicas voltadas à proteção de territórios vulneráveis.
*Com informações da Assessoria de Comunicação Social da Defensoria Pública da União.
Fonte: Casa Civil


