A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participou, nesta sexta-feira (24), da cerimônia de abertura da Conferência “Avançando a Liderança Feminista e Garantindo a Paz”, que acontece em Lucerna, na Suíça. O evento reúne líderes mundiais e especialistas em política feminista, igualdade de gênero e paz.
O encontro tem como objetivo fortalecer redes internacionais de liderança feminina e influenciar políticas globais de igualdade, democracia e segurança. Em seu discurso, a ministra reforçou o compromisso do Governo do Brasil com os direitos humanos, a democracia e a igualdade de gênero.
“No Brasil, entendemos o feminismo como um projeto civilizatório — uma visão de mundo que coloca o cuidado, a igualdade e a dignidade humana no centro da vida social e política. Não há democracia sem igualdade de gênero, nem paz sem justiça social. Por isso, trabalhamos por alianças entre governos progressistas, partidos social-democratas e movimentos de mulheres em todo o mundo, para enfrentar o autoritarismo, o racismo e o negacionismo climático”, destacou.
Márcia Lopes foi uma das palestrantes em uma mesa que também contou com as presenças da ex-conselheira federal da Suíça e ex-presidente da Confederação Suíça, Simonetta Sommaruga, e da vice-presidente do Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), Marianne Mikko.
No âmbito internacional, a ministra defendeu a criação de mecanismos de promoção e monitoramento de legislação específica sobre violência política de gênero, capazes de proteger mulheres em cargos públicos, ativistas e lideranças sociais.
“Vivemos tempos complexos. As democracias são desafiadas por desinformação, misoginia e discursos de ódio que se propagam de forma transnacional, especialmente nas plataformas digitais”, afirmou.
Reconstrução das políticas públicas
Ainda em sua fala, a ministra listou os avanços na rede de atendimento à mulheres em situação de violência, incluindo a construção de novas unidades da Casa da Mulher Brasileira, que integra serviços de acolhimento, segurança pública, justiça e autonomia econômica em um mesmo espaço.
Atualmente, 11 unidades da Casa da Mulher Brasileira estão em funcionamento no país. Outras 31 encontram-se em diferentes etapas de implementação, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A ministra destacou também a modernização da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que está disponível 24 horas por dia, todos os dias, com atendimento gratuito por telefone e WhatsApp, com cobertura nacional e internacional. A inclusão da Estratégia Mulheres e Clima no Plano Clima — documento que orientará a política climática brasileira até 2035 — também foi mencionada pela ministra como uma das iniciativas do Governo do Brasil na COP 30.
“Represento um país que reencontrou sua democracia e sua capacidade de ouvir as vozes das mulheres, após anos de retrocessos e tentativas de silenciá-las”, reforçou.
Márcia Lopes detalhou ainda que o Governo do Brasil implementou a Lei da Igualdade Salarial e Remuneratória entre Mulheres e Homens, em um diálogo federativo, e enfatizou que a igualdade de gênero também é um tema econômico e de justiça social.
Agendas bilaterais
A ministra Márcia Lopes também participou de agendas bilaterais nesta sexta-feira (24), no âmbito da conferência “Avançando a Liderança Feminista e Garantindo a Paz”. A primeira reunião foi com o copresidente do Partido Socialista Suíço, Cédric Wermuth. Em seguida, a ministra se encontrou com o cônsul-geral do Brasil, embaixador Eduardo Botelho Barbosa.
Fonte: Ministério das Mulheres


