Novo PAC consolida investimento na indústria naval com lançamento ao mar do submarino Almirante Karam

Submarino Almirante Karam

A missão de proteger 5,7 milhões de quilômetros quadrados de terras marítimas brasileiras ganha reforço com mais duas entregas do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), que integra a carteira de projetos do Novo PAC. Nesta quarta-feira (26), o submersível Almirante Karam foi lançado ao mar e, com isso, entra em fase de testes de superfície e de imersão no Complexo Naval de Itaguaí (RJ). A etapa antecede a incorporação da embarcação à Marinha do Brasil.

A cerimônia de celebração do lançamento também marcou o início das operações do Tonelero, submersível do mesmo tipo que passa a fazer parte da frota brasileira. Junto ao Humaitá, já no mar, os navios completam o investimento previsto pelo Novo PAC em três submarinos convencionais e seus sistemas integrados.

O ministro da Defesa, José Múcio, destacou que a base industrial das Forças Armadas desempenha importante papel no ciclo econômico nacional e no crescimento do país, gerando emprego, tecnologia e oportunidades. “A indústria da defesa obteve neste ano um novo recorde, ultrapassando US$ 3 bilhões de exportações autorizadas”, exemplifica.

Os submersíveis de propulsão diesel-elétrica da classe Riachuelo foram feitos integralmente no Brasil, na maior base de construção, manutenção e operação de submarinos da América Latina. O projeto é desenvolvido pelo ProSubcom o apoio da Naval Group, empresa francesa responsável pela transferência de tecnologia.

Desde o início do ProSub, em 2008, a parceria já gerou 60 mil empregos diretos e indiretos em solo brasileiro. Atualmente, cerca de 2,5 mil pessoas trabalham no Complexo Naval de Itaguaí.

“O ProSub consolida-se em instrumento de transformação tecnológica e produtiva singular. Ele mobiliza a diversificada cadeias de suprimento, gera empregos qualificados e envolve centros de excelência em pesquisa e desenvolvimento. Ações que fortalecem a base industrial da defesa e a autonomia nacional em áreas sensíveis”, reitera o Chefe do Estado-Maior da Armada, Arthur Fernando Bettega Corrêa.
 
Batismo do novo submarino
Com 72 metros de comprimento, 6 metros de diâmetro e cerca de 2 mil toneladas, o Almirante Karam (S43) pode ficar até 70 dias submerso e atingir uma velocidade de 40 quilômetros por hora. A capacidade de tripulação é de 38 pessoas, entre praças e oficiais. O submarino é equipado com um sofisticado sistema de combate, com seis tubos de lançamento de armamentos de torpedos, mísseis e minas.

Em rito tradicional, ele foi batizado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Cármem Lúcia, que quebrou uma garrafa de espumante próximo ao casco da embarcação em gesto simbólico que traz sorte ao submersível e seus futuros tripulantes.

Ao mencionar o papel constitucional das instituições na garantia do Estado Democrático de Direito, a ministra agradeceu à Marinha do Brasil por colocar novos instrumentos e ferramentas à disposição da soberania nacional para um Brasil cada vez mais “livre, justo e solidário, com todos e para todos”.

O Capitão de Corveta Leandro Amaral, comandante do submarino, lembra que o nome do navio homenageia um dos maiores submarinistas da história da Marinha do Brasil. “É não apenas uma honra pessoal e profissional, mas também um compromisso direto com a tradição, liderança e a excelência deixadas pelo Almirante Karam, cuja contribuição marcou profundamente a Força de Submarinos”.

Após ser lançado ao mar, o novo submarino passará por provas de navegação na superfície e imersão a grande profundidade, além dos testes de desempenho dos principais sistemas e do emprego de armas. Depois desta fase, prevista para ser concluída em 2026, será entregue ao setor operativo da Marinha, como ocorreu com os demais submarinos da classe: o Riachuelo, o Humaitá e o Tonelero.

A entrega dos submarinos convencionais consolida a transferência de tecnologia necessária para que o Brasil avance para a etapa mais desafiadora: o desenvolvimento e a construção do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado, considerado um dos projetos de Defesa mais complexos já conduzidos pelo país.

O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, reforça que o ProSub representa um avanço histórico na capacidade científica, tecnológica e industrial do país, “um incremento sem precedentes nas capacidades inerentes ao poder naval brasileiro”.

Submarino Tonelero
Submarino Tonelero

Fonte: Casa Civil