O felino está no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande desde quinta-feira (24), onde passa por exames para confirmar se foi o animal que atacou o caseiro Jorge.
O felino está no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande desde quinta-feira (24), onde passa por exames para apurar se foi o animal responsável por ter atacado e matado o caseiro.
Em nota, o ICMBio informou que o animal permanecerá provisoriamente no local, enquanto são realizadas avaliações clínicas e comportamentais.
O animal capturado é um macho com cerca de nove anos de idade. Após a realização dos exames, o felino deverá ser encaminhado a uma instituição autorizada a manter fauna silvestre e será integrado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, sob coordenação do ICMBio.
Ceva no Pantanal
De acordo com o ICMBio, o animal capturado apresentava comportamento de alta habituação ao ser humano. A prática era evidenciada em diversos vídeos publicados nas redes sociais mostrando que as onças da região eram frequentemente alimentadas por pessoas, caracterizando a prática de ceva.
“Tal prática traz riscos para todas as pessoas que transitam no local ou que ali residem, podendo culminar em acidentes fatais. A Polícia Militar Ambiental instalou armadilhas fotográficas para identificar possíveis outros indivíduos e a frequência da presença nas cercanias da casa onde morava a vítima”, alerta.
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que a prática de ceva coloca em risco todo o ecossistema. “Ao condicionar o animal à presença humana, ele perde esse medo natural que uma onça tem do ser humano, e isso não deve ser encarado como normal”, disse o coordenador do Programa de Conservação da Panthera no Brasil, Fernando Tortato.
Veja abaixo orientações ao visitar áreas com presença de onças:
1- Evite caminhar sozinho: trilhas em grupo são mais seguras, pois o barulho e o número de pessoas tendem a afastar os animais;
2 – Faça barulho durante a trilha: converse, cante ou bata o bastão de caminhada nas pedras. O objetivo é não surpreender a onça — o maior risco é assustá-la;
3 – Evite trilhas à noite, ao amanhecer e ao entardecer: onças são mais ativas nesses horários (crepusculares e noturnas);
4 – Não corra: se avistar uma onça, mantenha a calma. Correr pode estimular o instinto de perseguição;
5 – Mantenha contato visual e recue devagar: tenha o animal no campo de visão, mas olhe sem desafiá-lo, sem demonstrar medo, e afaste-se devagar, sem virar as costas.
6 – Jamais se aproxime de filhotes: a mãe pode estar por perto e se tornar agressiva ao tentar protegê-los.
7 – Evite levar cães: cães podem provocar as onças, que os veem como ameaça ou presa, o que pode aumentar o risco de ataque.
8 – Preste atenção a sinais de presença: pegadas frescas, fezes, arranhões em árvores ou carcaças de animais são indícios de que a onça pode estar por perto.
Caso Jorginho

9 – A Polícia Militar Ambiental (PMA) confirmou a morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, no dia 21 de abril após encontrar pegadas do felino junto a partes do corpo do homem. No dia seguinte, outras partes do corpo foram encontradas, em uma toca do felino localizada em uma mata fechada.
10 – O corpo de Jorge foi sepultado após passar por uma série de exames periciais no Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana.
11 – Dois dias após o corpo de Jorge ser encontrado, o governo de Mato Grosso do Sul determinou que o animal fosse capturado. Todo o processo foi monitorado pela PMA e contou com o apoio de 10 policiais. Já na madrugada de quinta-feira (24), uma onça-pintada macho, que rondava o pesqueiro onde Jorge foi atacado e morto, foi capturada.
Ainda não se sabe se a onça capturada é a mesma que atacou e matou Jorge Avalo, em Aquidauana.

Fonte: G1 MS


