A banana é a fruta mais consumida pelos brasileiros, com um consumo per capita de 32 kg em 2023, segundo dados do IBGE. No Paraná, a produção é significativa, envolvendo centenas de famílias em uma área de 7.679 hectares, sendo 4.157 hectares localizados no litoral.
A produtividade média nacional é de 15 toneladas por hectare ao ano, enquanto o Paraná alcança 19 toneladas. Contudo, estudos indicam que o estado tem potencial para superar 50 toneladas por hectare.
Pesquisa reforça a importância do manejo nutricional
Uma pesquisa conjunta do IDR-Paraná e da Epagri (Santa Catarina) mostra que a correta gestão dos nutrientes é essencial para elevar a produtividade e a rentabilidade dos bananais.
A análise de solo e foliar, segundo os extensionistas envolvidos, promove um manejo mais eficiente e o uso racional de fertilizantes e corretivos. A pesquisa, que iniciou com propriedades da Região Metropolitana de Curitiba e do litoral, identificou que muitos produtores ainda não utilizam esses métodos, baseando-se em práticas empíricas.
Unidades demonstrativas impulsionam a produção
Na segunda etapa do projeto, o IDR-Paraná instalou 50 unidades demonstrativas para acompanhamento técnico e orientação prática sobre manejo nutricional, incluindo calagem, aplicação de gesso e adubações balanceadas.
No litoral, 46 unidades são monitoradas por cinco servidores do Instituto. Cada unidade tem, em média, 5 mil metros quadrados, onde são realizadas análises detalhadas de solo, folhas, produtividade e nematoides, com o objetivo de aprimorar o cultivo por meio de boas práticas e gestão eficiente dos insumos.
Perspectivas para o setor bananicultor
O projeto visa posicionar o Paraná entre os principais estados produtores de banana no Brasil, com aumento da produtividade e uso mais eficiente dos insumos, tanto em sistemas convencionais quanto orgânicos.
Destaque para produção orgânica em Paranaguá
Uma das propriedades participantes é a família Yamauti, em Paranaguá, que produz banana orgânica certificada. Com 3,6 hectares, a propriedade cultiva também mandioca, maracujá e hortaliças, vendendo toda a produção para o programa Merenda Escolar.
Práticas agroecológicas, como rotação de culturas, correção da acidez do solo, adubação verde e bioinsumos sustentam a produtividade da propriedade. O contrato com o programa garante remuneração 30% maior para os produtos orgânicos certificados.
Resultados animadores na produção orgânica
Entre 2024 e 2025, o bananal orgânico dos Yamauti registrou aumento de 73% no peso médio do cacho de banana-maçã e 145% na banana caturra.
O sistema de produção adota princípios dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), intercalando bananeiras com maracujá, mandioca e outras culturas anuais, além da rotação e uso de adubos verdes.
Celso Yamauti destaca a importância do compromisso do produtor com o sistema orgânico: “O sucesso depende do produtor querer adotar o método. A transição leva tempo, mas com paciência o sistema funciona melhor que o convencional, é menos desgastante e melhora a renda.”
O solo coberto mantém microrganismos benéficos, evita erosão e conserva a umidade e temperatura, especialmente no verão intenso do litoral.
Impacto do projeto para os produtores
Segundo José Aridiano Lima de Deus, coordenador regional do IDR-Paraná, o projeto apresenta resultados satisfatórios porque envolve práticas simples, muitas vezes ignoradas.
“Em qualquer sistema, convencional ou orgânico, é fundamental identificar as limitações locais e a produtividade de cada pomar para estabelecer ações e estratégias que minimizem essas restrições, especialmente as nutricionais”, conclui.
Este trabalho mostra o caminho para que a bananicultura paranaense possa crescer de forma sustentável, eficiente e competitiva no cenário nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio