18/11/2016 06h40
Pedido de prisão foi feito pelo MP em julho e acatado apenas nesta quinta-feira. Segundo a denúncia, Fayed é “apontado como o líder da organização criminosa” que movimentava dinheiro por meio de empresas fantasmas. Ex-policial civil do DF também foi preso preventivamente
Congresso em Foco
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (17) o doleiro Fayed Antoine Traboulsi e o ex-policial civil do Distrito Federal Marcelo Toledo Watson. As ações fazem parte da Operação Miquéias, que investiga, há três anos, um esquema que teria desviado pelo menos R$ 50 milhões dos cofres públicos. De acordo com a PF, ambos foram presos preventivamente por estarem tentando obstruir as investigações.
A prisão de Fayed foi realizada a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que em julho denunciou o doleiro e Toledo por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o MPF, Fayed é “apontado como o líder da organização criminosa”. O grupo simulava consultoria financeira a agentes públicos e usava empresas fantasmas para lavar o dinheiro desviado.
Fayed é sócio do doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, em Brasília, onde começou a Operação Lava Jato. Segundo Alberto Yousseff, Fayed entregava dinheiro a políticos. A prisão do doleiro foi decretada pela 10ª Vara Federal de Brasília a pedido do Ministério Público Federal.
O escândalo começou a ser investigado em 2009, pela Polícia Civil do Distrito Federal, a partir da descoberta de indícios de movimentações financeiras milionárias em empresas fantasmas. Quatro anos mais tarde, o caso passou à esfera federal, em decorrência da constatação de que também houve a prática de crimes financeiros.
A modelo Catarinense Luciane Lauzimar Hoepers, de 33 anos, de 1,75 de altura que aparece constantemente em ensaios sensuais, era uma das armas da quadrilha acusada de desviar R$ 50 milhões de fundos de pensão de servidores de prefeituras e governos estaduais.
Segundo a Polícia Federal (PF), o grupo usava mulheres bonitas para se aproximar de prefeitos e gestores dos fundos e captar recursos para a empresa Invista, que era operada pela quadrilha. Após o início das investigações, pelo menos 20 pessoas já foram presas. Ao longo de 18 meses de investigação, a quadrilha movimentou R$ 300 milhões.
Ligação com doleiro
Ainda, segundo a PF, Luciane teria ligações com o doleiro Fayed Antoine Traboulsi, um dos líderes da associação criminosa revelada pela Operação Miqueias. No relatório com gravações telefônicas feitas pelo grupo, a polícia percebeu que Luciane tinha um papel muito ativo na organização, e que mantinha vários contatos com políticos.
Na lista de locais onde a moça fazia contatos estão Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e São Paulo. Luciane não trocava apenas telefonemas, ela chegava a viajar para fechar os negócios. Em 30 de abril de 2013, a modelo teve uma conversa com Alline Teixeira Olivier, outra integrante da associação criminosa, ela relata que esteve em Tocantins e que ia vir para o Mato Grosso do Sul.
