Com menos de uma década de investimentos consistentes, Mato Grosso do Sul transformou‑se no estado com o ecossistema de startups mais vibrante do Centro‑Oeste e um dos 10 maiores do Brasil.
Programas de subvenção econômica, bolsas de pesquisa e editais temáticos coordenados pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect) e pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) canalizaram R$ 44 milhões para novos empreendimentos desde 2017.
A virada ficou evidente em 2025, quando o Ranking de Competitividade dos Estados confirmous a 3ª colocação do MS em apoio a empreendimentos inovadores, atrás apenas de Rondônia e do Rio Grande do Sul.

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O impulso das políticas de fomento no MS
A engrenagem começou a girar em 2019 com a primeira edição do Programa Centelha, criado em parceria com a Finep para transformar ideias acadêmicas em negócios escaláveis. De lá para cá, duas edições do edital injetaram mais de R$ 6 milhões, capacitaram 2 mil empreendedores e levaram 80 projetos ao CNPJ.
Já o Tecnova 3, lançado em 2024, elevou a régua. Foram R$ 15,4 milhões distribuídos entre 30 startups que já faturavam, mas precisavam de P&D para subir de patamar. O resultado mais visível está nos números atuais do Observatório Sebrae, com 580 startups ativas em território sul‑mato‑grossense, 258 delas diretamente beneficiadas por editais estaduais.
Casos reais e as novas fronteiras de crescimento
Basta percorrer os corredores da incubadora da UFMS, em Campo Grande, para ver a teoria virar negócio real. A Arandu Biotecnologia, criada em 2021, desenvolveu corantes naturais a partir de microrganismos do Pantanal. Outro exemplo é a República das Arteiras, fashion tech que conecta costureiras independentes a consumidores via plataforma digital.
Esses exemplos mostram que a política pública acertou ao apostar em ciência aplicada com potencial de mercado. Felizmente, ainda há muitas áreas com potencial de crescimento no país. Entre elas estão os setores de tecnologia e entretenimento.
À medida que a infraestrutura de 5G cobre as principais cidades e o Pix soma mais de 150 milhões de usuários, plataformas de streaming de jogos, competições de e‑sports e cassinos online movimentam somas que, segundo estimativas, podem dobrar até 2028.
Não é novidade que o brasileiro adora jogar e que o smartphone é a principal ferramenta utilizada. Por isso, design mobile first para criar experiências rápidas costuma ter público. Um exemplo é o Fortune Tiger, título de rounds curtos em que cada giro depende de geração aleatória certificada, animações 3D leves e interface pensada para telas pequenas.

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Essa sinergia entre hardware acessível, políticas de incentivo e empreendedorismo digital explica por que “gaming” aparece entre os cinco segmentos de maior potencial de crescimento no relatório Startup Genome 2025.
Inovação como política de estado
Os números provam que fomento público a startups não é gasto, mas investimento de retorno rápido. Cada real aplicado em editais como o Centelha ou o Tecnova gera postos de trabalho qualificados, atrai capital privado e diversifica a matriz produtiva.
Ao liderar a região Centro‑Oeste em volume de empresas tecnológicas, Mato Grosso do Sul mostra que a combinação de visão estratégica, recursos financeiros e redes de apoio pode transformar boas ideias em soluções que ganham o mundo.
Manter essa trajetória depende de continuidade orçamentária, integração entre universidade e mercado e, sobretudo, da convicção de que a inovação é a infraestrutura invisível do desenvolvimento.

