Policiais penais acabaram presos temporariamente, na manhã desta quinta-feira (6), por policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), durante a deflagração da operação ‘La Catedral’ pelos crimes de corrupção e favorecimento de entrada de celulares em presídios. A operação foi em conjunto com a Corregedoria-Geral da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Ponta Porã. Ao todo, foram presos cinco agentes penais. As investigações descobriram a existência de uma organização criminosa, que era composta por policiais penais envolvidos com concussão, corrupção passiva, favorecimento para entrada de celulares e outros objetos.
Durante as investigações, foram apreendidas bebidas alcoólicas, celulares, drogas e dinheiro dentro das celas. Também estão sendo apuradas as circunstâncias de fuga de dois internos, que apontam envolvimento de funcionários públicos após o recebimento de propina. Os presos foram encaminhados para a capital, onde temporariamente ficarão custodiados no Centro de Triagem.
Em 2021, chegou ao conhecimento da Direção-Geral e da Corregedoria a ocorrência de apreensão de grande quantidade de bebidas em uma das celas da Unidade Penal Ricardo Brandão. Dois dias depois desse caso, houve a fuga de presos supostamente envolvidos.
A Corregedoria iniciou então uma Correição Extraordinária que resultou na coleta de informações quanto a supostas irregularidades que estariam ocorrendo dentro da unidade penal. A agência penitenciária já havia adotado medidas administrativas cabíveis, com afastamento dos envolvidos do trabalho na unidade penal, desde a identificação das condutas irregulares.
Nome da operação
O nome da operação ‘La Catedral’ faz referência à Penitenciária “construída” na Colômbia pelo narcotraficante internacional Pablo Escobar que era cheia de luxos e mordomias.
A apuração é presidida em torno de, ao menos, 19 (dezenove) crimes, dentre eles, organização criminosa, concussão, corrupção passiva e corrupção ativa, entradas irregulares de celulares intramuros, tráfico de drogas, bem como, diversas outras irregularidades, tais como:
1) PROPINA PARA TROCA DE CELAS, SETORES, PAVILHÕES, REGALIAS, VENDA DE REMIÇÃO;
2) ENTRADA DE BEBIDAS ALCOOLICAS E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;
3) ENTRADA DE CARNES (IN NATURA) E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;
4) ENTRADA DE DROGAS E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;
5) ENTRADA DE CELULARES E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;
6) USO PARA FINS PARTICULARES DE MÃO DE OBRA OU DE SERVIÇOS PRESTADOS NA UNIDADE PENAL PELOS PRESOS;
7) CELAS ESPECIAIS COM PROJETO DE MÓVEIS PLANEJADOS , CHUVEIRO ELETRICO, ALIMENTAÇÃO DIFERENCIADA E DEMAIS REGALIAS, SEM PASSAR POR REVISTAS E/OU VISTORIAS;
Os presos foram encaminhados para a capital onde temporariamente ficarão custodiados no CENTRO DE TRIAGEM de CAMPO GRANDE MS.
A prisão tem prazo de 5 (cinco) dias e visa garantir a eficiência nas investigações, impedindo que provas possam ser destruídas ou contaminadas.
Fonte: Midiamax