Portadores de necessidades enfrentam dificuldades no centro de Ponta Porã

06/06/2014 07h10

O principal problema é a falta de acessibilidade ao locais públicos e falta de consciência e respeito aos direitos dos mesmos

Com informações do Jornal Regional

A falta de acessibilidade na maioria dos locais públicos e privados de Ponta Porã, transforma o dia a dia dos deficientes físicos muito mais difícil, a reclamação é por causa da falta de vagas nos estacionamentos, rampas de acessos às ruas e prédios, além das calçadas padronizadas.

“Os portadores necessidades especiais estão confinados a ficar em casa, mofando, porque não consegue circular nessa cidade. Na área central não existe vagas de estacionamentos, tampouco calçadas que permitem a circulação dos cadeirantes, o jeito é ficar em casa”, afirma a professora Zenaide Lacerda, mãe da também professora Gislaine, cadeirante que também tem muitas dificuldades de circular pela área central de Ponta Porã.

O Universitário Thiago Ogeda também expõe a dura realidade para os deficientes físicos da cidade: “Quando a gente precisa ir aos bancos, à faculdade ou no comércio é praticamente impossível conseguir uma vaga de estacionamento. A maioria dos locais não tem o espaço reservado para pessoa com deficiência física, e quando existe este local geralmente está ocupado, em frente aos bancos é comum a gente chegar e não poder estacionar o carro, porque está sempre cheio de motos na vaga destinada aos deficientes “ reclama o universitário.

“Sair de casa é só para passar raiva”, argumenta a professora Zenaide. “Não da para frequentar o comércio, estudar e até mesmo na praça de alimentação não existe acesso aos cadeirantes “, complementa.
“Falta consciência para as pessoas, já enfrentei este problema até mesmo no pátio do Fórum quando tive que participar de uma audiência, a vaga estava ocupada por outro carro”, informou Thiago.

Os dois cobram maior rapidez na execução de projetos que busquem revitalizar o trânsito na área central. A “acessibilidade foi um dos principais temas durante a ultima campanha eleitoral, esperamos que o prefeito tome providencias, desabafou Zenaide.

“Alguém precisa fazer alguma coisa, pois a gente precisa estudar trabalhar, fazer compras, ir ao banco, desfrutar de momentos de lazer”, diz a professora que garante que a filha não se sente segura quando na sai na rua. “A gente tem que entrar na pista de rolamento, pois as calçadas não possuem a padronização que permite as cadeiras de rodas. Ai aumenta o risco de acidente. A gente tem medo de morrer atropelado”.

A reportagem procurou ouvir a prefeitura que, através de sua coordenadoria de Comunicação Social, informou que existe um projeto de revitalização total do município de Ponta Porã e este projeto prevê o reordenamento do trânsito , ampliando vagas de estacionamento, padronização das calçadas, sinalização horizontal e vertical.

Para fazer tudo isso, a prefeitura busca recursos financeiros, sendo necessários entre R$ 4 e R$ 5 milhões de reais para executar o projeto . A verba de um milhão já está garantida pelo deputado Federal Vander Loubet, porem não existe quando este dinheiro será repassado ao Município. Enquanto isso, a prefeitura faz gestão junto ao governo federal e à bancada parlamentar do MS em Brasília no sentido de assegurar o dinheiro restante para tocar o projeto.

A reportagem do site Pontaporainforma apurou que os projetos só poderão ser protocolados até o dia 15 deste mês em Brasília, pois a partir desta data só serão liberados os recursos das emendas já aprovadas e devidamente cadastrada por ser ano eleitoral, a partir daí, somente no final do ano ou mais tarde, no mês de março de 2015, após os festejos de fim e começo de ano.

Com relação a ocupação da vagas dos portadores, a prefeitura informou que está cadastrando as pessoas que precisam usar essas vagas e que elas tem que ir no paço municipal fazer o cadastro de portador de necessidade e pegar o adesivo para colocar no veículo.

A Polícia Militar e também os Guardas-Municipais poderiam abranger a fiscalização na frente das agências bancárias, já que nesses locais fica configurada de forma explícita a falta de respeito por parte de alguns cidadãos que insistem em ocupar as vagas destinadas aos deficientes, idosos e até a vaga da polícia. Nossa reportagem flagrou em frente a uma instituição de crédito, na Rua Marechal Floriano, veículos estacionados em cima das calçadas, impossibilitando o uso por parte dos pedestres, bem como dificultando o uso do piso tátil, que é a calçada usada pelos deficientes visuais.

Veículo em cima da calçada e do  Piso tátil de alerta.Foto: Tião Prado (Pontaporainforma)

Thiago Ogeda luta pelas melhorias para os portadores de necessidades especiais.Foto: Arquivo pessoal - Facebook

Portadores de necessidades enfrentam dificuldades no centro de Ponta Porã

Mais um veículo no mesmo horário em cima da calçada e em cima do Piso tátil de alerta.Foto: Tião Prado (Pontaporainforma)