Esse montante representa aproximadamente 3% do total de R$ 29,7 bilhões aprovados pelo banco em mais de 125 mil operações realizadas em todo o País.
Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul captaram R$ 885 milhões em 1.167 operações de crédito por meio do Plano Safra 2024/2025, conforme dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse montante representa aproximadamente 3% do total de R$ 29,7 bilhões aprovados pelo banco em mais de 125 mil operações realizadas em todo o País.
Os recursos foram distribuídos por meio de operações indiretas, realizadas via agentes financeiros credenciados, permitindo que 93% dos municípios brasileiros fossem atendidos . Em MS, os financiamentos têm impulsionado projetos de modernização e expansão da infraestrutura agrícola.
Um exemplo é a recente liberação de R$ 40 milhões para a construção de armazéns e câmaras frias no Estado, por meio do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), parte dos programas agropecuários do governo federal (PAGFs). Esses investimentos visam melhorar a capacidade de armazenamento e conservação da produção agrícola, essencial para a competitividade do setor.
Além disso, o BNDES tem incentivado a diversificação das fontes de financiamento. Desde 2020, foram realizadas 45 mil operações na modalidade BNDES Crédito Rural, totalizando R$ 29 bilhões. Desse montante, mais de R$ 12 bilhões foram concedidos por meio de linhas com custo financeiro em dólares americanos, oferecendo taxas de juros mais competitivas para exportadores.
“Em dois anos, já superamos a aprovação de crédito para o setor agropecuário de todo o governo anterior. Sob a orientação do presidente Lula, em 2024, o BNDES aprovou para o setor R$ 53,2 bilhões, um recorde histórico. Além disso, temos fomentado o agronegócio de ponta, que respeita as regras ambientais e investe em inovação tecnológica”, declarou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, por meio de nota à imprensa.
Com esses investimentos, MS reforça a sua posição estratégica no agronegócio brasileiro, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos no Estado.
PLANO 2025/2026
A discussão, tanto no cenário nacional quanto regional, gira em torno dos recursos para o próximo ciclo. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recebeu no dia 24 de abril o documento com a proposta do Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A proposta reúne 10 pontos prioritários para o agronegócio e para o produtor rural, com o objetivo de contribuir à elaboração do Plano Safra 2025/2026, que visa apoiar e financiar a produção agropecuária no Brasil.
O secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, destacou a importância da parceria entre as entidades representativas e o governo na construção do próximo plano.
“É fundamental que a principal entidade do setor esteja ao lado do ministério, trazendo suas preocupações e fazendo apontamentos, todos eles pertinentes, os quais serão considerados na concepção do Plano Safra. Tenho a certeza de que será mais um grande plano”, afirmou.
Além da entrega do documento, os representantes discutiram as principais pautas e as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais, com foco na definição dos recursos para o custeio, o investimento e o seguro rural.
Para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), a proposta prevê uma maior abrangência, além de incentivar o financiamento por meio de linhas dolarizadas.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ressaltou que o Mapa é o principal interlocutor dentro do governo federal para a apresentação das prioridades dos produtores rurais. Segundo ele, o documento foi elaborado com base em uma análise abrangente de todas as regiões do País.
O relatório foi construído em conjunto com federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais, a partir de encontros realizados com representantes do Norte, do Nordeste, do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste do País e da região Matopiba (constituída pelos estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia).
REQUERIMENTOS
Na semana passada, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) entregou oficialmente ao titular do Mapa, Carlos Fávaro, a proposta do setor para o próximo Plano Safra 2025/2026.
O documento foi repassado em mãos pelo deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), coordenador institucional da FPA, e reúne contribuições das 59 entidades que integram o Instituto Pensar Agro (IPA).
A estimativa é de que o crédito necessário à agropecuária alcance R$ 1,3 trilhão, sendo R$ 599 bilhões via Plano Safra, considerado um dos principais instrumentos de apoio ao setor produtivo. Conforme a bancada, o atual modelo de financiamento é ultrapassado e demanda mudanças.
“Estamos entregando um plano que representa o consenso entre as entidades do setor. Queremos simplificar processos e eliminar burocracias desnecessárias”, reforçou Moreira.
Entre os principais pontos do documento estão a destinação de R$ 25 bilhões para a equalização de juros e a aplicação de pelo menos 1% do valor total do plano (cerca de R$ 5,99 bilhões) à subvenção do seguro rural.
Essa medida garante previsibilidade ao produtor e evita interrupções no crédito – como a ocorrida em fevereiro – e a regulamentação de um fundo voltado a catástrofes, isto é, um que ofereça o respaldo aos produtores diante de eventos climáticos extremos, como os que afetaram recentemente o Rio Grande do Sul e o Centro-Oeste.
“Os recursos precisam ser maiores porque os nossos produtores estão aumentando a área de plantio e fazendo do Brasil essa potência tanto para os alimentos aqui dentro do nosso país quanto para exportação”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, após reunião da FPA.
Ele ainda frisou que o governo federal precisa atender às demandas das regiões que necessitam de aporte.
“Como o RS, que sofreu com as enchentes, e o sul de MS, que teve a terceira safra perdida consecutiva, houve quebras por conta da estiagem”, concluiu.
Fonte: Correiodoestado