Regiões Sul e Sudeste concentram 70% das bolsas destinadas ao tiro esportivo pelo Programa Bolsa Atleta

Divulgação

Dados do IPIE mostram centralização regional no repasse do beneficio federal principalmente para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

A análise dos dados referentes a aplicação dos recursos do Programa Bolsa Atleta para a modalidade de tiro esportivo revela a importância do financiamento direto ao esportista para sustentar a presença brasileira na modalidade olímpica ao longo da última década.

De acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (IPIE/UFPR), entre 2010 e 2022, o tiro esportivo recebeu 3.038 bolsas, totalizando R$ 41.837.940,00, aparecendo como uma das principais fontes de apoio contínuo aos atletas dessa modalidade.

Quando considerado a distribuição de benefícios por estado é possível observar uma concentração nas regiões Sul e Sudeste, com São Paulo liderando os repasses com R$ 9,2 milhões (565 bolsas), Rio de Janeiro em segundo lugar com R$ 7,5 milhões (515 bolsas), Rio Grande do Sul em terceiro lugar com R$ 4,1 milhões (286 bolsas) e Santa Catarina em quarto lugar com R$ 3,9 milhões (297 bolsas).

Esses estados contam com estruturas de alto rendimento e maior capacidade de inserção em competições nacionais. Já as regiões Norte e parte do Nordeste apresentam baixa participação como nos casos do Amazonas, Roraima, Rondônia e Tocantins, que somam entre 1 e 4 bolsas ao longo de toda a série histórica. Isso evidencia desigualdades estruturais e pouca interiorização da modalidade.

Contudo, o Brasil possui uma trajetória histórica importante no tiro esportivo, sendo a modalidade responsável pelas primeiras medalhas olímpicas do país, conquistadas em 1920.

Embora a presença brasileira nas modalidades rifle e pistola não seja constante entre os primeiros colocados, o país construiu ao longo dos anos uma base competitiva, revelando atletas como Felipe Wu, medalhista olímpico na pistola de ar 10 m nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Para o Campeonato Mundial de Tiro Esportivo deste ano, realizado entre os dias 6 e 18 de novembro no Cairo, capital do Egito, a expectativa para a equipe brasileira é de consolidação e amadurecimento técnico.

Philipe Chateaubrian, na pistola de ar 10 m, pode alcançar classificações expressivas e eventualmente brigar por uma vaga em finais. Embora um pódio ainda seja um cenário desafiador, a projeção para o Brasil nessa edição do Mundial indica desempenho crescente, com chance concreta de consolidar uma presença competitiva no cenário internacional.

A análise dos principais atletas contemplados pelo Bolsa Atleta ao longo dos anos também reforça a existência de um núcleo reduzido de alto rendimento. Atletas como Felipe Wu (13 bolsas), Cassio Rippel (10 bolsas), Philipe Chateaubrian (7 bolsas ) e Eduardo Sampaio (7 bolsas) representam a elite técnica da modalidade e concentram grande parte dos resultados expressivos do Brasil nos principais campeonatos.

Vale destacar que Felipe Wu é o único com presença constante na categoria Pódio, refletindo sua relevância internacional após a medalha olímpica de 2016.

De modo geral, os dados examinados pelo Instituto Inteligência Esportiva demonstram que o Programa Bolsa Atleta cumpre um papel importante no desenvolvimento do tiro esportivo brasileiro, permitindo a participação internacional contínua e oferecendo estabilidade aos atletas de alto rendimento.

Além disso, a distribuição por categoria evidencia o perfil técnico da modalidade. A maioria das bolsas está concentrada na categoria Nacional, são 2.533 bolsas (R$ 28,1 milhões) indicando que grande parte dos atletas brasileiros do tiro se mantém em níveis intermediários de competição.

Números do Programa Bolsa Atleta

Regiões Sul e Sudeste concentram 70% das bolsas destinadas ao tiro esportivo pelo Programa Bolsa Atleta

Número de Bolsas por estado

Regiões Sul e Sudeste concentram 70% das bolsas destinadas ao tiro esportivo pelo Programa Bolsa Atleta

Por dentro da modalidade

O tiro esportivo é uma modalidade baseada em precisão, controle emocional e domínio técnico. A prática envolve o uso de armas – como carabinas, pistolas ou rifles – para acertar alvos estacionários ou móveis, a diferentes distâncias, seguindo rigorosas normas de segurança.

O esporte exige elevada concentração, estabilidade corporal, controle respiratório e tomada de decisão rápida. As provas são divididas por tipo de arma, distância, posição de tiro (em pé, joelhos, deitado) e categoria masculina, feminina ou mista. Entre as principais modalidades olímpicas estão carabina de ar 10m, pistola de ar 10m, carabina 3 posições 50m e skeet/trap no tiro ao prato.

Fonte Assessoria de Comunicação