“Formulamos diversas políticas industriais, setoriais, com financiamentos e incentivos específicos e já começamos a colher os frutos. No ano passado, com a indústria retomando o seu dinamismo, retomando a taxa de crescimento, foi a indústria que puxou o PIB com uma formação bruta de capital de 7,3% e, portanto, estruturado não apenas em demanda artificial, momentânea e passageira, mas em políticas duradouras”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao participar da segunda reunião ordinária de 2025 do Fórum Nacional da Indústria, em São Paulo.
Rui Costa destacou os índices alcançados e a retomada do investimento, disseminada nos setores da economia e o desempenho da indústria e da construção civil. Em 2024, a taxa de investimento voltou a crescer, assim como a demanda interna por bens industriais, estando esse cenário positivo relacionado ao maior número de pessoas no mercado de trabalho, ao aumento da massa de salários e ao incremento no consumo das famílias.
Ao listar as ações e iniciativas do Governo Federal, o ministro citou a Nova Indústria Brasil, que projeta e organiza um investimento de R$ 3,4 trilhões, o programa Mover e o programa Combustível do Futuro. “Com diálogo e ouvindo todos os setores industriais, a indústria ganha um papel absolutamente relevante dentro do Governo”, garantiu. Novos investimentos em portos, o maior volume de concessões, a produção das novas energias e a importância de investimentos na indústria da inteligência artificial também foram lembrados pelo ministro.
De acordo com o Costa, mesmo diante do ambiente internacional desafiador, observa-se uma trajetória sustentada de crescimento da indústria que está sendo impulsionada por políticas de desenvolvimento industrial, de inovação e de ampliação dos investimentos do Governo Federal. “Em cenário desafiador, eu sou sempre da tese que nós temos que transformar os desafios e as dificuldades sempre em oportunidades. Então, eu acho que abre um leque de oportunidades enormes para a economia brasileira, para a indústria brasileira, para o agronegócio brasileiro. É preciso mais do que nunca, reafirmar uma política que o governo tem repetido muitas vezes: a opção do Brasil é pelo multilateralismo, pela diversificação das relações econômicas e diplomáticas com diversas nações do mundo, onde a gente prioriza a integração econômica, diplomática e comercial”, disse o ministro.
Analisando o ambiente internacional, reafirmou a importância do envolvimento da sociedade na consolidação de políticas estruturantes e reformas que transformem a economia brasileira. “Precisamos da construção de uma unidade de Estado brasileiro, do povo brasileiro, que não necessariamente se confundem com unidade de governo. Mais do que nunca, para se projetar, o Brasil precisa de reformas de médio e longo prazo, que irão se consolidar por vários governos. Nós vivemos, no momento, esse desafio de envolver e unir esse país em torno de objetivos claros, transparentes, que coloquem o país num outro patamar para competir no mundo”, explicou.
Planejamento e tecnologia
Em sua fala, Rui lembrou que a atual disputa econômica, a nível mundial, passa pelo desenvolvimento tecnológico dos países e pelo planejamento, a longo prazo, do Estado, estimulando a inovação tecnológica.
“A indústria, a agricultura, o comércio, o mundo de serviços. A disputa se dá e vai ganhar quem tiver capacidade de competir com investimentos lastreados em alta tecnologia, em integração econômica, em redução de custos e aumento de capacidade competitiva”, explicou.
Rui ainda reforçou que a orientação do presidente Lula para a atuação do Governo Federal. “Nesses dois anos e quatro meses, buscamos colocar de pé e reestruturar políticas públicas que foram completamente desmontadas ou criar novas políticas públicas que não foram feitas e que buscamos estruturá-las. Políticas públicas, repito, que pretendem ser políticas de Estado”.
Novos mercados
As primeiras assinaturas da integração do Mercosul com a comunidade europeia, a busca para preencher lacunas da produção nacional com o mundo asiático e as iniciativas para atrair investimentos de importantes fundos árabes foram apontadas pelo ministro como estratégias do governo para ampliar a capacidade de investimentos internacionais no Brasil.
MP do Setor Elétrico
A produção energética e o consumo foram abordados pelo ministro, que explicou a Medida Provisória da Reforma do Setor Elétrico, enviada pelo Governo ao Congresso, nesta quarta-feira (21). Ao todo, mais de 60 milhões de brasileiras e brasileiros serão beneficiados com a proposta, que cria uma Nova Tarifa Social de Energia Elétrica. O novo benefício prevê a gratuidade da conta de luz para famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa e que consomem até 80 kWh/mês. A estimativa é garantir gratuidade a 16 milhões de pessoas. A proposta também contempla pessoas com deficiência ou idosos no Benefício de Prestação Continuada (BPC), famílias indígenas e quilombolas do CadÚnico, e famílias atendidas em sistemas isolados por módulo de geração offgrid.
“O Brasil tem uma das energias mais baratas do mundo, na produção. Mas, na ponta, tem uma das energias mais caras para o consumidor, seja o consumidor individual, seja o consumidor industrial ou agro”, relatou. “Nos últimos 10 anos, o que aconteceu com a estrutura de custos, se fez um crescimento de quase 300% na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), levando a custo exorbitante, bancado pelos consumidores de energia”.
Equilíbrio fiscal
O ministro aproveitou a oportunidade para reafirmar que o Governo Federal tem garantido o compromisso e o equilíbrio fiscal. “Serão publicadas hoje novas medidas de contingenciamento do governo. E, mais uma vez, os números divulgados comprovam as ações e os atos em absoluto compromisso do governo com o equilíbrio fiscal e com a política que foi aprovada no Congresso Nacional. Portanto, buscando equilibrar e compatibilizar investimentos com responsabilidade fiscal. Nós não abrimos mão disso”, finalizou.
Fonte: Casa Civil