Riedel ironiza ultimato do PP-União Brasil para tirar PT do seu governo

Riedel ironiza ultimato do PP-União Brasil para tirar PT do seu governo - Foto: Arquivo / Gerson Oliveira

Governador de Mato Grosso do Sul sugeriu que nova federação deixe os ministérios que ocupa no Governo Lula.

Em agenda na manhã desta quarta-feira (30), o governador Eduardo Riedel (PSDB) ironizou a postura da senadora Tereza Cristina (PP) de afastar os petistas da atual gestão estadual, bem como de alianças futuras entre a esquerda e nomes da nova “superfederação” formada entre PP e União Brasil. 

Próxima de Riedel, a ex-ministra de Bolsonaro, disse na tarde de terça-feira (29), que qualquer tipo de aliança ou aproximação com o PT está descartada dos planos da federação para as eleições gerais do próximo ano, colocando uma certa pressão nos ombros do governador, que administra o Estado com uma grande participação petista. Em contrapartida, o tucano disse que isso “é a mesma coisa que eu falar para a senadora Tereza que eu não gostaria de ver o União Progressista no governo do PT.”

Juntos, ambos os partidos comandam quatro ministérios de Lula. O União Brasil indicou três ministros: Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional. Já o PP tem o Ministério do Esporte e a Caixa Econômica Federal. 

Em resposta indireta a senadora, Riedel saiu em defesa dos petistas que atuam na gestão estadual e rebateu a ex-ministra. “Se existem pessoas do PT dentro do nosso governo, é porque elas são competentes para conduzir e atuar dentro da área em que elas estão atuando. Então, acho que faz parte do processo político essa discussão.”, destacou o governador, que aproveitou a ocasião para frisar que sua agenda de trabalho não é partidária.

Conforme Riedel os cargos atribuídos aos petistas dentro da atual gestão são um reflexo do trabalho dos mesmos. “Quem ocupa espaço no governo, é gente que tem competência para estar ali, para poder executar um plano de governo, que é o que vocês estão vendo. A cena do partido A, B, C e D é uma decisão de cada um, é a liberdade de cada um. Se o PP ou  União integram o governo do PT, é uma decisão da relação deles”, frisou o tucano, que disse que não irá pedir para as pessoas que atuam no governo saírem se fazem um bom trabalho.  O titular do Executivo disse que só pretende se dedicar ao tema em 2026 após o carnaval. 

O tema se acirrou um dia após os petistas criticarem o Governo diante da atuação da Polícia Militar em protestos de sem-terra, tema que acirrou debates na sessão de ontem da Assembleia Legislativa. Ao participar de solenidade na Secretaria de Fazenda (Sefaz), Riedel citou como exemplo a presença de indicados do PT na Agraer, para atuar na assistência à agricultura familiar, e disse que os nomeados são técnicos, “fazendo um belíssimo trabalho”. 

Ele disse ser natural ocorrer debate sobre a formação de uma coalização, destacando sua afinidade com políticos de centro-direita. Cabe destacar que o PSDB já se articulou com o Podemos e mantém conversas com o Republicanos. Riedel voltou a repetir que não deseja deixar o ninho tucano. 

Contexto

“Hoje [ontem] foi um dia importante para nós, pois nasceu enfim a nossa União Progressista, uma grande agremiação, capaz de impactar o jogo de forças no Congresso e no cenário da política nacional. Mas nada disso vai adiantar se nós não tivermos um propósito, se nós não tivermos uma agenda para o País. Um Brasil sem escândalos de corrupção, um Brasil próspero que cresça com oportunidades para todos! Vida longa à nossa federação! Vamos juntos nessa nova jornada!”, discursou. A declaração ocorreu em Brasília (DF), em ato que oficializou a  “superfederação” entre o PP e o União Brasil, que passará a se chamar União Progressista, (UP). 

Sobre Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina pontuou que a união dos parlamentares dos dois partidos que integram a federação reforça ainda mais a representatividade e a capacidade de articulação desse novo grupo político. “Estamos juntos, comprometidos com um projeto comum de desenvolvimento para o nosso estado e para o nosso país. Essa parceria nos fortalece e garante mais voz às demandas da nossa gente”, concluiu.

Para a presidente estadual do União Brasil, Rose Modesto, a federação, primeiro, fortalece muito todo o protagonismo das lideranças que já estão nesses partidos. “Nacionalmente, a gente tem a Tereza, por exemplo, indo para uma possível disputa, tanto como pré-candidata a presidente da República quanto para ser a pré-candidata a vice, porque a União Progressista se tornou o maior partido do Brasil, tendo força maior dentro do Congresso Nacional”, declarou.

Saiba 

Em MS, a União Progressista terá 19 prefeitos, 24 vices, 206 vereadores, 1 senadora e 1 deputado federal, além de 3 deputados estaduais. Nacionalmente, serão 109 deputados federais e 13 senadores.

*Colaborou Daniel Pedra