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sexta-feira, 19 de abril, 2024
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RJ: autista é forçado a entrar em elevador após mãe ser atacada por vizinha


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Vizinha obriga jovem com autismo a entrar em elevador
Reprodução

Vizinha obriga jovem com autismo a entrar em elevador

A defesa da vizinha que agrediu um jovem autista em um condomínio da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro , pediu o adiamento do depoimento para próxima segunda-feira (12). Ela era esperada para ser ouvida na Delegacia da Criança Adolescente Vítima (DCAV), que investiga o caso, na tarde de quarta-feira (07).

Próximo do horário marcado, a advogada da agressora solicitou a postergação para sua cliente ser ouvida. Ela é a única entre os dez intimados que ainda não prestou esclarecimentos sobre crime, que aconteceu no dia 24 de março, em uma área comum de um prédio. Até o momento, nove pessoas já foram ouvidas pelo delegado Adriano França, titular da DCAV.

Os investigadores conseguiram imagens de câmeras de segurança do prédio que gravaram as cenas que antecederam dez dias antes do crime. No dia 14 de março, o jovem autista, que tem 16 anos, foi arrancado de dentro de casa , um apartamento do quarto andar do Condomínio do Edifício Pedra Rosilha. No vídeo, que não tem som, é possível ver um dos porteiros e outros dois faxineiros do prédio dentro do elevador. Eles subiram para avisar a agressora de que o menino havia arrancado as placas do seu carro e deixado lixo nos pneus. Minutos antes, o porteiro já interfonado para casa da mulher e relatado o que aconteceu.

A agressora, então, desceu junto com o seu marido até o apartamento da vítima. Segundo o relato da mãe do adolescente, uma idosa aposentada, a vizinha e forçou a entrada dentro da residência. Antes de retirar o menino autista, a agressora empurrou e cuspiu na cara da mãe do garoto. Depois de retirá-lo à força, a mulher o empurrou e obrigou a entrar no elevador para irem até o estacionamento, onde estava o carro dela.

Em um determinado momento, outra pessoa entra no elevador. É o primo da vítima, que foi avisado pela idosa sobre o que aconteceu. Com medo, ela pediu para o familiar descer e ver o que estava acontecendo com o menino, que havia sido levado pela vizinha. Mesmo sem som, é possível ver que a mulher gesticula, aponta o dedo na cara do adolescente que, em um momento, parece responder algo.

As agressões estão relatadas no livro ata do condomínio, em registro datado de 14 de março. Por esse caso, a vizinha deve ser indiciada por crime contra a honra da idosa. A acusada também utilizou o livro ata do prédio para reclamar que o adolescente, que tem 16 anos, arrancou as duas placas do seu veículo, colocou lixo em volta do pneu e ainda teria arranhado a lataria. Na mensagem, ela afirma que um dos porteiros viu o jovem perto do carro, mas o funcionário não flagrou o menor praticando nenhum ato. No mesmo dia, a mãe do menino, uma aposentada, deixou uma mensagem para informar que foi agredida física e verbalmente pela vizinha.

“Venho por meio desta colocar o que aconteceu dentro da minha casa. Uma cena muito chocante, ela não saía do lugar. Eu pedia para ela por favor, mas ela colocou o seu corpo bem no meio da porta, me deu um empurrão e cuspiu na minha cara. Depois, levou ele para o pátio. Meu primo acompanhou tudo e viu tudo. Isso tudo porque ele encheu o pneu do carro dela com lixo e amassou as placas do carro. Nada disso justifica o que ela fez. Ele é autista, com laudo e remédio”, escreveu a mãe após sofrer as agressões.

Laudo aponta lesão corporal

No sábado, dia 3, o adolescente fez um exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), que apontou que ele sofreu lesão corporal . A moradora é investigada por agressão contra pessoa portadora de necessidades especiais, além de constrangimento ilegal e lesão corporal. Mas ela deve ainda responder por um fato anterior, quando invadiu a casa da vítima, empurrou e cuspiu no rosto da mãe do menino, uma idosa aposentada. Depois, ela retirou o adolescente de dentro de casa e o levou para o pátio.

Com o avanço das investigações, que estão a cargo do delegado titular da DCAV, Adriano França, o inquérito pode ser concluído até o início da próxima semana. A polícia ainda apura a informação de que o jovem autista já havia sido agredido por um dos porteiros, conforme relatou uma testemunha. Os agentes buscam materializar esse outro crime.

O caso é investigado desde a última quinta-feira, dia 1º de abril, pela Delegacia da Criança Adolescente Vítima (DCAV), quando as imagens que circulavam pelas redes sociais chegaram até ao departamento. No mesmo dia, agentes identificaram o condomínio e foram até o local para buscar informações, além de identificar a vítima, a agressora e testemunhas. Na tarde desta sexta-feira, dia 2, o jovem foi levado pela mãe e por policiais para realizar um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

No mesmo dia, os investigadores estiveram no condomínio e conversaram com vizinhos dos envolvidos no caso. Segundo a polícia, eles informaram que a suspeita é uma pessoa violenta e que sabia do transtorno do adolescente. O motivo da confusão teria sido porque a placa do carro da moradora apareceu amassada, e ela acusou o menino.

Um vídeo gravado por crianças que estavam no local registrou o fato. Nas imagens, é possível ver a mulher arrastando o adolescente pelo corredor de uma das áreas comuns do condomínio por vários metros. Ela chega a pedir a ajuda a outro homem, mas resolve pegar o jovem sozinha e o agride ao tirá-lo à força do local .