Ruptura nos supermercados recua em julho com preços mais baixos de alimentos básicos

Índice de ruptura cai para 12,2% no mês

O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados, fechou julho em 12,2%, queda de 1,4 ponto percentual em relação a junho (13,6%). A melhora foi puxada principalmente por alimentos básicos como arroz, feijão, açúcar, azeite e café.

O único segmento que registrou aumento nas faltas foi o de ovos, influenciado por custos mais altos e menor oferta.

Segundo Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, a retração está ligada ao consumo mais racional do brasileiro e à estabilidade no fornecimento. “Não se trata exatamente de desaceleração, mas de um comportamento mais seletivo dos consumidores em um varejo que não cresceu em julho”, explicou.

Produtos que mais reduziram ruptura em julho
  • Feijão: de 9,5% para 7,4%
  • Arroz: de 9,2% para 7,9%
  • Café: de 10,4% para 8,4%
  • Azeite: de 10,4% para 8,9%
  • Açúcar: de 11% para 10,5%
  • Ovos: de 20,7% para 21,6% (alta)
Açúcar: safra favorece regularidade e preços caem

A queda de 0,5 p.p. na ruptura do açúcar reflete maior estabilidade na oferta. A safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul foi beneficiada pelo clima seco, o que acelerou a moagem e garantiu matéria-prima em volume suficiente.

No mercado interno, os preços recuaram na maioria das categorias:

  • Cristal: de R$ 4,15 para R$ 3,94
  • Refinado: de R$ 4,80 para R$ 4,60
  • Demerara: de R$ 7,23 para R$ 6,93
  • Mascavo: única alta, de R$ 16,46 para R$ 16,54
Arroz: estoques e importações ajudaram abastecimento

O arroz registrou retração de 1,3 p.p. na ruptura, apoiado em recomposição de estoques e importações pontuais. Segundo a Conab, a safra 2024/25 deve apresentar leve recuperação, puxada pelo aumento de área no Sul e maior eficiência de manejo.

Preços recuaram em todas as versões:

  • Integral: de R$ 10,89 para R$ 10,63
  • Branco: de R$ 5,67 para R$ 5,49
  • Parboilizado: de R$ 5,14 para R$ 5,00
Azeite: maior oferta internacional reduz faltas

A ruptura do azeite caiu 1,5 p.p., resultado da melhora gradual da safra no Mediterrâneo, especialmente na Espanha, e da normalização parcial das exportações.

No Brasil, os preços também recuaram:

  • Extravirgem: de R$ 96,02 para R$ 93,76
  • Virgem: de R$ 81,65 para R$ 80,53
Café: colheita consistente reforça mercado interno

O café registrou recuo de 2 p.p. na ruptura, impulsionado pela boa safra brasileira 2024/25 e pela oferta global mais equilibrada. A qualidade dos grãos colhidos foi superior à média, o que ajudou a garantir abastecimento no mercado doméstico.

Nos preços, houve estabilidade:

  • Café em pó: queda de R$ 81,72 para R$ 81,18
  • Café em grãos: leve alta de R$ 135,00 para R$ 135,18
  • Feijão: clima favoreceu produtividade e reduziu faltas

O feijão teve a maior queda na ruptura, com recuo de 2,1 p.p. O clima seco em Goiás e Minas Gerais reduziu perdas por umidade, enquanto o Paraná manteve produtividade elevada, assegurando regularidade de oferta.

Todos os tipos registraram preços menores:

  • Feijão-vermelho: de R$ 13,94 para R$ 13,33
  • Carioca: de R$ 6,98 para R$ 6,85
  • Preto: de R$ 6,31 para R$ 6,12

Ovos: custos mais altos pressionam oferta

Na contramão, os ovos registraram aumento de 0,9 p.p. na ruptura. A elevação dos custos da ração – principalmente milho e soja – e o clima frio, que reduz a postura das aves, impactaram diretamente a produção.

Nos preços, as variações foram:

  • Caixa com 6 unidades: alta de R$ 7,74 para R$ 7,77
  • Caixa com 10 unidades: queda de R$ 14,15 para R$ 13,71
  • Caixa com 12 unidades: queda de R$ 13,06 para R$ 12,65
  • Caixa com 20 unidades: queda de R$ 18,40 para R$ 18,05
O que significa ruptura nos supermercados?

O termo ruptura indica a porcentagem de produtos em falta nas prateleiras em comparação ao catálogo total de cada loja. Por exemplo, se um supermercado vende dez marcas de água mineral e apenas uma está sem estoque, a ruptura desse item é de 10%.

Esse índice considera todo o espaço físico da loja, incluindo gôndolas e áreas de armazenagem, mas não depende do histórico de vendas nem da demanda momentânea.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio