A produtividade média deve ficar em 52,8 sacas por hectare, aumento de 2% em comparação às 51,79 sacas registradas anteriormente
A estimativa para a próxima safra da soja é de expansão da área e da produção do grão, em relação ao ciclo anterior. As projeções da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) apontam 4,79 milhões de hectares cultivados, um avanço de 5,9% em relação aos 4,59 milhões de hectares da safra 2024/2025.
O vazio sanitário acaba hoje (15), e o plantio da safra 2025/2026 de soja começa nesta terça-feira (16) em Mato Grosso do Sul. Além da projeção de expansão da área, a produção pode alcançar 15,2 milhões de toneladas, crescimento de 8,1% frente aos 14,06 milhões do último ciclo. A produtividade média deve ficar em 52,8 sacas por hectare, aumento de 2% em comparação às 51,79 sacas registradas anteriormente.
O coordenador técnico da entidade, Gabriel Balta, destaca que a estimativa de 15,2 milhões de toneladas marca uma recuperação após oscilações recentes. “O produtor tem investido em variedades adaptadas e em estratégias de manejo. O crescimento da área e a estabilidade da produtividade sinalizam que há espaço para resultados positivos”, observa.
Clima – No entanto, as condições climáticas são um dos fatores que fazem os especialistas ficarem em alerta. Para o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, o início do plantio simboliza confiança, mas exige cautela.
“Mato Grosso do Sul vive uma expansão consistente da soja, fruto da dedicação dos produtores e do uso crescente de tecnologias de manejo. Entretanto, sabemos que o clima será determinante para transformar esse potencial em realidade”, afirma o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc.
As projeções consideram riscos climáticos, sobretudo a irregularidade das chuvas, que já provocou perdas significativas em anos anteriores. Além disso, o custo de produção segue pressionado. Dados de julho de 2025 mostram aumentos expressivos em insumos como MAP (fosfato monoamônico) (+43%), MAP purificado (+44%), ureia (+25%) e cloreto de potássio (+23%).
Segundo o analista de economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, mesmo os insumos complementares tiveram altas relevantes, como Starter Manganês Platinum (+39%) e nitrato de potássio (+16%). Apenas o calcário dolomítico apresentou queda (-7%). “A produção de soja na safra 2025/2026 tende a ser mais cara, exigindo maior planejamento financeiro por parte dos agricultores. Diante disso, a gestão criteriosa dos recursos e o uso de ferramentas de mitigação de riscos tornam-se ainda mais estratégicos”, explica.
Com área ampliada, produção em alta e demanda internacional aquecida, o presidente da Aprosoja avalia que Mato Grosso do Sul inicia a safra em posição de destaque. “O cenário é positivo, mas exige equilíbrio entre otimismo e prudência. A capacidade dos produtores de aliar tecnologia, planejamento e gestão de risco será determinante para transformar projeções em resultados concretos”, resume Jorge Michelc.
Fonte; Campograndenews