Secretária Ana Carla Lopes participa de debate sobre estratégias para o crescimento do turismo sustentável, inclusivo e competitivo

Painel no Rio de Janeiro (RJ) reuniu representantes do setor turístico para discutir estratégias de desenvolvimento. Crédito: Dhavid Normando/MTur

A secretária-executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes, foi uma das vozes de destaque no encontro “Caminhos do Brasil – Turismo”, realizado nesta quarta-feira (26.11), no Rio de Janeiro (RJ). Promovido pelos veículos de imprensa O Globo, Valor Econômico e Rádio CBN, o evento reuniu especialistas para discutir os rumos do setor e estratégias para transformar o potencial turístico nacional em crescimento sustentável e competitivo.

Ana Carla participou do painel ao lado de Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e diretor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC); e de Ana Carolina Medeiros, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV), em conversa mediada por jornalistas.

DESAFIOS – O debate começou com a análise dos principais desafios do turismo brasileiro. Ana Carla Lopes destacou a importância de consolidar o segmento como atividade econômica estratégica.

“Por muito tempo, economia e turismo não foram colocados na mesma mesa. Hoje está claro que o setor é essencial para o desenvolvimento do país. Celebrar recordes é importante, mas não basta. Precisamos crescer de maneira organizada, integrada e sustentável, trabalhando com estados, municípios, iniciativa privada e sociedade civil. Queremos crescer com responsabilidade, garantindo qualidade e estrutura”, defendeu a secretária.

EMPREGO – A necessidade de qualificação profissional no ramo também entrou em pauta. Ana Carolina Medeiros, da ABAV, frisou que o preenchimento de vagas de trabalho disponíveis exige formação adequada. “Trabalhar no turismo não é subemprego – é atender famílias, falar outras línguas, ter curso, se dedicar”, pontuou Medeiros.

A secretária Ana Carla Lopes, por sua vez, apontou avanços recentes. “Nos últimos 12 meses, foram mais de 200 mil empregos formais gerados pelo turismo. E quem já está na área também busca aprender mais, falar outro idioma, melhorar o atendimento. Isso eleva a autoestima, gera mais renda e melhora a experiência do turista”, ressaltou a representante do Ministério do Turismo.

Já Alexandre Sampaio frisou que o cenário de quase pleno emprego no Brasil requer novas estratégias de retenção profissional. “O sistema CNC–Sesc–Senac está investindo em tecnologia, IA e qualificação contínua. Precisamos modernizar as condições de trabalho e tornar o setor ainda mais competitivo”, sustentou Sampaio.

DESIGUALDADE – O papel do turismo na redução das desigualdades sociais foi outro ponto central. Ana Carla Lopes relatou sua recente participação na Reunião Ministerial do G20, na África do Sul, onde o turismo obteve o inédito reconhecimento como indústria essencial ao desenvolvimento econômico e como vetor de oportunidades a mulheres, jovens e populações vulneráveis.

“Conseguimos incluir na declaração do encontro que o turismo tem papel direto no combate à desigualdade social. É um ganho fenomenal. Isso não é só para o bloco, é para o mundo inteiro”, afirmou Ana Carla.

A secretária-executiva do Ministério do Turismo enfatizou a responsabilidade brasileira de transformar tal diretriz em políticas públicas. Na COP30 desse ano, em Belém (PA), lembrou Ana Carla, o país apresentou iniciativas de capacitação – como cursos da Escola Nacional de Turismo, no Pará, incluindo educação ambiental – e reforçou boas práticas sustentáveis da iniciativa privada, a exemplo de hotéis com coleta seletiva, captação de água da chuva e energia solar.

“Como brasileira, nortista e nascida em Belém, foi um orgulho imenso apresentar essas ações. E aumentou ainda mais a minha responsabilidade de trabalhar por um turismo sustentável, inclusivo e socialmente transformador”, declarou Ana Carla Lopes.

SEGURANÇA – O assunto segurança pública também marcou o debate. Para Alexandre Sampaio, embora a violência seja uma preocupação nacional, ela não é hoje o principal limitador da atração de turistas internacionais ao Brasil.

“Eu não diria que a violência é um limitador. Temos outros problemas que merecem mais atenção, como a necessidade de aprimorar a política aérea, os custos operacionais das companhias e o excesso de judicialização”, opinou.

Sampaio ressaltou, ainda, iniciativas estaduais e municipais para reforçar a segurança turística e observou: “a violência existe no mundo inteiro, e o Brasil não está imune. Mas se explorarmos nossas vantagens comparativas e reforçarmos a organização do setor, superamos esse processo”.

Ana Carla Lopes acrescentou que o país tem evoluído na criação de condições que ampliam tanto a segurança quanto a percepção de segurança, fator crucial na escolha de um destino.

“Estamos lançando, agora em dezembro, um guia para mulheres que viajam sozinhas, desenvolvido com a UNESCO, com informações de segurança, saúde, rotas e qualificação. Às vezes, o problema não é o crime em si, mas a percepção. E precisamos melhorar essa percepção”, analisou a secretária.

Ana Carla também destacou avanços na conectividade aérea nacional, a exemplo da oferta de stopover, que permite visitar dois destinos na mesma viagem sem custo adicional. “Isso amplia possibilidades de roteiro e fortalece regiões além das capitais”, frisou Lopes.

Já Ana Carolina Medeiros lembrou que a segurança turística depende de preparação técnica. “Não adianta colocar polícia no centro do Rio sem orientar que tipo de proteção o turista precisa. Todo mundo tem a ver com turismo, e só cresceremos de forma consistente se estivermos alinhados”, concluiu a representante da ABAV.

Por Lívia Albernaz

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

Fonte: Ministério do Turismo