Símbolo de MS, Guavira consumida na Capital vem do Paraguai

Foto: Paulo Francis

Fruta tipicamente do cerrado brasileiro agora só é encontrada em aldeias indígenas

Símbolo do Estado desde 2017,a Guavira, fruta típica da região do cerrado  sul-mato-grossense enfrenta momento de escassez regional. O que antes era encontrado em diversos lugares de Campo Grande virou artigo “raro” e precisa até ser importado do país vizinho. Com cenário, comerciantes precisam trazer o fruto do Paraguai para abastecer a cidade. Quem mantém a produção local são os indígenas.

Apesar de não querer dar entrevistas, o responsável por um dos caminhões carregados da fruta, na Rua Avenida João Arinos, admite aos clientes que traz a Guavira do Paraguai e vende o litro por R$20 reais.

Outro vendedor, que também não quis ser identificado, estava na Rua Lúdio Coelho e confirmou a importação do país vizinho. Para ele, ao contrário do Estado, no Paraguai a colheita segue forte. “Mato Grosso do Sul colhia muito, mas agora derrubaram as árvores de Guavira pra abir espaço para soja e gado”.

As únicas que ainda preservam a venda original são as indígenas, como Miranda, da aldeia Cachoeirinha, a 208 quilômetros da Capital. Ela comercializa a fruta na praça do Mercadão Municipal e vende por R$20,00, mas se o cliente chora pode baixar até R$15 o litro.

Outra que insiste em não deixar a tradição da fruta morrer é Andreia Marcos Moreno, de 43 anos. Há quatro ela vende Guavira no local O produto é fornecido por um vendedor da aldeia. À reportagem ela diz que o produto está quase acabando.

“A gente começou a vender no final de outubro e já tá quase acabando, quase não tem mais Guavira. Esse ano foi bem pouco e rápido. Mas as vendas tão sendo boas, as pessoas compram bastante”.

O “sumiço” da Guavira já vem sendo anunciado pelo Campo Grande News há anos. Em 2020, vendedores já relatavam a dificuldade em encontrar o fruto. Na época, eles explicaram que a colheita já não era igual aos anos anteriores.

“A cada ano que passa, quando a gente volta para colher, tem menos pés. O dono da fazenda, que autoriza a gente entrar para catar, este ano passou a máquina e derrubou a maioria para criar gado”, explicou Lucas Almada, que precisava ir até Bela Vista para pegar o produto.

Tentativa – Apesar de ser uma fruta nativa, ou seja, presente no Estado de maneira natural. Iniciativa resolveu fazer ato simbólico, e pontual, plantando mudas da árvore no Parque das Nações Indígenas. A ação foi feita em 2022 para conscientizar sobre a escassez da fruta. Iniciativa, feita pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), contou com 50 mudas em um espaço de 4,9 mil metros quadrados.

Símbolo de MS, Guavira consumida na Capital vem do Paraguai

A ação foi uma parceria da universidade com a S-Inova (Agência de Inovação e Empreendedorismo), e Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).  A expectativa é de que a fruta seja colhida em até três anos.

Símbolo de MS, Guavira consumida na Capital vem do Paraguai

Fonte: Campograndenews