Sistema Nacional de Análise Balística ultrapassa 100 mil perfis: avanço fortalece esclarecimento de crimes no País

Banco de dados reúne informações de munições usadas em crimes e amplia a identificação de armas ligadas a diferentes ocorrências. Foto: Banco de Imagens

Brasília, 19/11/2025 – O Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), alcançou um marco histórico. O Banco Nacional ultrapassou 100 mil perfis balísticos cadastrados. Esses registros vêm de projéteis e estojos de munições recolhidos em investigações criminais em todo o Brasil. Cada novo perfil incluído no Sinab representa uma peça fundamental para ajudar a esclarecer crimes violentos.

Quanto mais informações são inseridas no banco, maiores são as chances de ligar diferentes ocorrências, identificar o uso repetido de uma mesma arma em vários locais e apoiar inquéritos com evidências técnico-científicas confiáveis. Os dados coletados em cenas de crime ou apreendidos em operações policiais passam por análise técnica feita por peritos criminais. Depois, laboratórios de perícia oficial integrados à rede nacional inserem essas informações no sistema.

Para o diretor substituto do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), Márcio Mattos, o número representa mais do que um indicador estatístico. “Atingir 100 mil perfis é a demonstração concreta de que o País está fortalecendo sua capacidade investigativa com base em evidências confiáveis”, afirma.

A integração dos perfis balísticos numa base única permite que especialistas realizem buscas automatizadas por semelhanças entre marcas deixadas pelas armas de fogo, o que viabiliza o cruzamento de dados entre diferentes estados e regiões.

Investigação baseada em evidências

O Sinab funciona seguindo padrões internacionais de análise balística forense. O sistema usa tecnologias comparativas que registram, de forma digital, as marcas deixadas por armas de fogo em projéteis e estojos.

Com o cruzamento desses dados, é possível confirmar, por exemplo, se a mesma arma foi usada em crimes diferentes, mesmo quando ocorreram em estados e períodos distintos. Isso aumenta de forma significativa a capacidade de investigação policial, sobretudo em crimes violentos ou de difícil solução.

Ainda de acordo com Mattos, cada novo perfil adicionado amplia a capacidade de estabelecer correlações entre crimes, apoiar investigações complexas e oferecer respostas mais qualificadas à sociedade.

Além de ampliar o número de registros, dados da Senasp mostram que é essencial manter a qualidade técnica das informações inseridas no sistema. “O processo exige padronizar procedimentos nos laboratórios, qualificar continuamente as equipes de perícia e cumprir rigorosamente a cadeia de custódia — conjunto de protocolos que garante a integridade da prova desde a coleta até a apresentação em juízo”, explica o diretor substituto da Susp.

Outro ponto importante é estimular a regularidade das inserções. Mesmo com o marco histórico já alcançado, a Senasp quer que todos os estados alimentem o sistema de forma contínua e utilizem suas ferramentas como apoio estratégico às investigações.

Rede Integrada

O Sinab opera como uma rede colaborativa que conecta os laboratórios de balística das polícias técnico-científicas de todo o Brasil. Essa integração permite relacionar dados balísticos de um crime ocorrido no Norte com outro registrado no Sudeste e, com isso, aumenta a capacidade de investigação interestadual.

A base de dados é alimentada por peritos que trabalham em laboratórios equipados com tecnologia avançada para análise balística. A atuação conjunta e coordenada das forças de segurança tem sido fundamental para os resultados alcançados.

Fonte: Ministério da Justiça e Segurança Pública