Veja os destaques do mercado por estado e como a soja se comportou na Bolsa de Chicago.
Recomendação é de cautela nas vendas de soja
Apesar de o lucro atual com a venda da soja ainda ser considerado expressivo — em torno de 26,30% —, a consultoria TF Agroeconômica recomenda prudência na comercialização. Diferentemente de sua postura habitual, a consultoria mudou sua orientação diante dos baixos estoques finais mundiais apontados pelo USDA, indicando que há espaço para valorização tanto na safra atual quanto na próxima.
Entre os fatores que favorecem uma possível alta, estão:
- Excesso de chuvas na Argentina, com possibilidade de perdas de 1,5 a 2 milhões de toneladas;
- Firmeza no mercado de óleo de soja, impulsionado pela prorrogação de incentivos fiscais aos biocombustíveis nos EUA;
- Exportações americanas acima das expectativas, puxadas pela demanda mexicana.
Por outro lado, há elementos que limitam essa valorização:
- O plantio nos Estados Unidos avança rapidamente, com 66% da área já semeada;
- Exportações brasileiras continuam aquecidas. A ANEC elevou a previsão para maio de 14,27 para 14,52 milhões de toneladas;
- A ameaça de tarifas de até 50% por Donald Trump contra produtos da União Europeia, com início previsto para 1º de junho, adiciona tensão ao mercado.
A orientação da TF Agroeconômica é aguardar a definição do cenário tarifário internacional e o início do consumo interno mais forte no Brasil, esperado para julho. No entanto, o mercado segue altamente volátil e requer acompanhamento constante.
Mercado interno: preços e situação por estados
Rio Grande do Sul
O estado registrou prêmios mais firmes nos portos, com negócios limitados pelas incertezas financeiras dos produtores. No porto, a soja foi cotada a R$ 135,80/saca (alta de 2,11%). No interior:
- Cruz Alta, Passo Fundo e Ijuí: R$ 132,00 (pagamento 04/07)
- Santa Rosa / São Luiz: R$ 131,00
- Em Panambi, os preços caíram para R$ 118,50/saca.
Santa Catarina
A colheita foi finalizada, mas o mercado permanece travado. A queda nos preços internacionais e nos prêmios de exportação dificultam a liquidez. Os valores variam entre R$ 125,00 e R$ 132,50 por saca, com o porto de São Francisco pagando R$ 133,66. A falta de dados atualizados de frete prejudica a análise da rentabilidade.
Paraná
A aproximação do vazio sanitário pressiona os produtores a escoarem rapidamente sua produção.
- Paranaguá: R$ 134,26 (queda de 0,04%)
- Cascavel: R$ 118,57
- Maringá: R$ 118,97
- Ponta Grossa: R$ 119,90 (+0,59%) no FOB e R$ 130,00 no balcão
- Pato Branco: R$ 133,76 (+0,07%)
Mato Grosso do Sul
A venda antecipada pode comprometer a rentabilidade diante da safra histórica.
- Dourados, Campo Grande e Maracaju: R$ 119,82 (+0,33%)
- Chapadão do Sul: R$ 116,65 (-0,51%)
- Sidrolândia: R$ 119,42
Mato Grosso
Apesar da colheita recorde, o estado enfrenta problemas com frete e lentidão na comercialização:
- Campo Verde: R$ 113,41 (-0,78%)
- Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso: R$ 109,62 (+1,61%)
- Primavera do Leste e Rondonópolis: R$ 113,41 (-0,78%)
- Soja encerra semana em baixa na Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, a soja teve queda nesta sexta-feira (23), puxada pela possibilidade de aumento tarifário dos EUA contra a União Europeia, medida defendida por Donald Trump. A medida preocupa, pois os EUA são os maiores fornecedores de soja ao bloco europeu — que, até abril, comprou 5,28 milhões de toneladas da safra 2024/25, ou 52,43% do total exportado.
Fechamentos:
- Julho: US$ 1.060,25/bushel (-0,68%)
- Agosto: US$ 1.056,00/bushel (-0,61%)
No mercado de derivados:
- Farelo de soja (julho): US$ 296,20/t (-0,77%)
- Óleo de soja: US$ 49,35/lb (+0,49%)
A queda foi interpretada como realização de lucros, após uma sequência de altas impulsionadas pelo feriado prolongado nos EUA. Apesar do recuo diário, o acumulado da semana foi positivo:
- Soja: +0,98% (US$ 10,25 cents/bushel)
- Farelo: +1,47% (US$ 4,30/t)
- Óleo: +0,86% (US$ 0,42/lb)
Esses resultados mostram que, mesmo em meio à instabilidade, o mercado ainda é sustentado por fundamentos sólidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio