Terceiro dia da Casa da Ciência destaca experiência brasileira em dados abertos e monitoramento ambiental por satélite

Presidente da AEB, Marco Antonio Chamon, abre o terceiro dia da Casa da Ciência Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)

O terceiro dia de programação da Casa da Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), teve início nesta quinta-feira (13) com a palestra magna Open Data: The Brazilian Experience. A atividade, conduzida pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Chamon, abriu o dia de eventos no espaço, que segue com painéis e debates sobre inovação, sustentabilidade e tecnologia. 

Durante a apresentação, Chamon fez um panorama histórico do Programa Espacial Brasileiro, iniciado na década de 1960, destacando que, desde o início, o País manteve o foco em ciência e aplicações práticas. “O Brasil começou o seu programa espacial nos anos 60 e levou um longo tempo até que pudéssemos ter os nossos próprios satélites. Desde o início, usamos dados espaciais para trazer benefícios à sociedade como um todo, para entender o País”, afirmou. 

O presidente da AEB destacou que o Brasil conta atualmente com satélites nacionais em órbita e mantém cooperações internacionais, como a parceria com a China, que resultou nos satélites da série CBERS. Ele lembrou o lançamento do CBERS-2, em 2003, como um momento marcante para o País, especialmente por ter dado origem, em 2004, à política brasileira de dados abertos em sensoriamento remoto. “Liberar essas imagens de forma gratuita foi um movimento inédito no mundo”, ressaltou. 

Chamon também falou sobre o Amazonia-1, primeiro satélite de sensoriamento remoto totalmente desenvolvido no Brasil, usado para monitorar o desmatamento e outras transformações ambientais na Amazônia. Esses dados alimentam o Programa de Monitoramento da Desflorestação por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), criado em 1988. O programa mede anualmente o desmatamento na Amazônia, e em outros biomas, e, segundo os dados apresentados, 2025 registra o menor índice de desmatamento dos últimos dez anos. 

O presidente da AEB ressaltou ainda que a abertura dos dados reforça a transparência e a credibilidade das informações produzidas no Brasil. “A ideia não é simplesmente entregar as imagens de forma gratuita. Entendemos que imagens abertas permitem que o mundo todo possa confirmar ou não os nossos dados, e essa transparência nos dá uma responsabilidade, uma prestação de contas e governança”, explicou. Chamon afirmou que o sistema brasileiro de monitoramento por satélite é hoje uma referência global. 

Casa da Ciência  

A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. Veja a programação completa. 

 

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação