Torrefadoras brasileiras aumentam preços do café diante da alta do grão cru

As torrefadoras 3 Corações e Melitta anunciaram aumentos nos preços de seus produtos no Brasil, o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A decisão, divulgada em documentos enviados a clientes e obtidos pela Reuters, reflete os custos crescentes do café cru e a volatilidade do mercado global.

3 Corações e Melitta ajustam preços a partir de setembro

A 3 Corações, joint venture entre a brasileira São Miguel e o grupo israelense Strauss, informou que o preço do café torrado e moído será reajustado em 10%, enquanto o café instantâneo terá aumento de 7%, com vigência a partir de 1º de setembro.

Já a Melitta South America, outra grande torrefadora brasileira, anunciou um aumento de 15% em seus produtos, também válido a partir do início de setembro.

Ambas as empresas atribuíram os reajustes ao aumento do preço do grão cru, às condições climáticas adversas e à volatilidade do mercado, mas não responderam imediatamente aos pedidos de comentário da Reuters.

Alta global do café cru pressiona torrefadores

Os preços do café arábica cru subiram mais de 20% neste ano, após um aumento de 70% em 2024, refletindo uma nova safra afetada pelo clima desfavorável no Brasil, maior produtor mundial.

Além disso, a decisão recente dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre as importações brasileiras elevou ainda mais os preços, enquanto torrefadores americanos buscavam estoques disponíveis.

O grão cru representa cerca de 40% do custo de atacado de um saco de café torrado e moído, pressionando torrefadores globalmente a repassar os aumentos para o consumidor final.

Histórico de aumentos e reação do mercado

A 3 Corações já havia elevado os preços em 11% em janeiro e 10% em dezembro, com novo aumento de 14,3% em março. A Melitta havia aplicado reajuste de 25% em dezembro.

Apesar de uma breve queda nos preços no varejo brasileiro em agosto, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a tendência de alta deve se manter com a implementação das tarifas.

Consumidores que enfrentam dificuldades financeiras têm buscado alternativas mais baratas, como promoções ou marcas próprias de supermercados, enquanto os torrefadores ajustam seus preços para lidar com os custos crescentes.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio