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sábado, 18 de maio, 2024
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Traumas na infância facilitam abuso na vida adulta

Caso Ana Hickmann: a repetição de padrões de comportamento
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Caso Ana Hickmann: a repetição de padrões de comportamento

Um dos trechos da entrevista dada por Ana Hickmann após o caso de agressão que sofreu por seu ex-marido, Alexandre Correa, chama a atenção por ela falar sobre a repetição de padrões. Ana conta que “o pai dela era um agressor e que bateu muito em sua mãe”, e que depois disso ela jurou que não deixaria nenhum homem tocar nela para fazer isso… mas inconscientemente ela aceitou ser abusada.

Telma Abrahão, autora best-seller e especialista em Neurociência e Desenvolvimento Infantil, ela explica que o que acontece na infância não fica na infância e que muitos traumas podem ser desencadeados na vida adulta, as pessoas tendem a repetir o modelo aprendido com os pais.

“Sempre falo que o que acontece na infância não fica na infância. Tendemos a repetir o modelo aprendido com nossos pais e, principalmente, o tipo de relacionamento experienciado com eles”, explica Telma.

“Se crescemos em um lar disfuncional, com agressividade, onde os problemas eram resolvidos de forma violenta, a tendência é acreditarmos que é realmente dessa forma que devemos agir”, alerta.

Então, no decorrer da vida, esse indivíduo encontrará colegas, amigos ou cônjuges que também o tratam mal, e inconscientemente, ele reconheça isso como “amor”, e normalize ser desrespeitado ou mal tratado, pois foi a forma conhecida de se relacionar durante a infância com seus pais, seu primeiro modelo de relacionamento.

“Isso acontece porque para nosso cérebro, é muito mais fácil repetir um padrão de comportamento aprendido, pois além de tudo é mais seguro do que um desconhecido, o que explica porque tantas pessoas acabam entrando em relacionamentos tóxicos e ficam por tantos anos suportando maus-tratos”, avalia.

A pessoa não entende que aquilo é inaceitável, é falta de respeito. Ela não enxerga que está sofrendo abuso ou negligência emocional e, às vezes, demora tantos anos pra sair que, quando consegue dar um basta, se culpa por não ter ter visto e ter deixado isso acontecer. “Mas não existem culpados. O que existe é uma tomada de consciência de que fomos desrespeitados na infância, merecíamos ter sido tratados com amor e dignidade nessa fase tão importante da vida.”

Então, como adultos, diz Telma, é o nosso papel tomarmos consciência de que esses padrões precisam ser ressignificados e termos a oportunidade de aprender a fazer diferente e de buscar relacionamento, seja de amizade, trabalho ou conjugal, com pessoas que nos respeitam e que nos tragam oportunidade de troca e aprendizado de forma emocionalmente saudável e não tóxica.

“Quando essa ‘chave’ vira, fica mais fácil dizer não e colocar limites pra que os outros nos tratem com o respeito que merecemos”, avisa.

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Fonte: Mulher