Cachorros precisam, em média, de 50 a 60 ml de água por quilo de peso
Campo Grande parece ter virado uma estufa nos últimos dias. O sol racha a moleira, o ar seco arranha a garganta, a poeira entra pela janela e sempre tem um vizinho sem noção que resolve colocar fogo no terreno baldio. Para a gente, já é um sufoco. Dá pra correr até o bebedouro, entornar meio litro de água e ainda reclamar da falta d’água. Mas e os pets?
Quem tem gato sabe que convencer o bichano a beber água é quase uma cena de teatro. Tem que montar o cenário, reposicionar os potes, trocar a água três vezes, investir em fonte com água corrente. Cachorro sofre de outro jeito: parece não ter limites, corre, pula, se agita, mas esquece do básico, beber água. No tempo seco, a desidratação é um risco real.
Para evitar tragédias domésticas, o veterinário Mário Franco Cinato, da Clínica Veterinária Bourgelat, dá o mapa da sobrevivência:
“O ideal é calcular. Cachorros precisam, em média, de 50 a 60 ml de água por quilo de peso. Um cão de 10 kg deve beber uns 500 ml por dia. Gatos ficam entre 40 e 60 ml por quilo. Um felino de 5 kg, por exemplo, precisa de 200 a 300 ml. Só que, nesse calorão, essa conta aumenta ainda mais.”
Como enganar o gato e convencer o cachorro
A saída é quase didática: espalhar potes de água em diferentes cômodos, trocar a água com frequência, usar fontes com água em movimento (gatos amam), misturar um pouco de ração úmida ou até caldo sem sal na comida. “Cubinhos de gelo viram brinquedo refrescante e ajudam bastante”, lembra o veterinário.
E frutas? “Podem ser aliadas, mas em pequenas quantidades e nunca substituindo a água. Cachorros podem comer melancia, melão, maçã, pera, morango, manga. Para gatos, alguns aceitam melão ou melancia. Mas cuidado: uva, uva-passa, carambola e abacate são venenos para eles”, alerta Cinato.
O corpo dos pets fala e quem não ouve perde a chance de agir rápido. Gengiva seca, pele sem elasticidade, olhos fundos, apatia, respiração ofegante. “Se chegar a vômito, diarreia e letargia intensa, é hora de correr para o veterinário”, reforça.
A secura não maltrata só por dentro. Pele, olhos e até o nariz sofrem. Banhos excessivos devem ser evitados, colírios lubrificantes podem ser necessários em raças de focinho curto e umidificador de ar ajuda tanto humanos quanto bichos. “O mais importante é não expor o animal ao sol do meio-dia e garantir sombra e ventilação”, completa.
No fim, vale lembrar: se até a gente anda sofrendo nesse calor infernal, imagine quem não consegue pedir um copo d’água.
Fonte: Campograndenews