8 erros em reformas que poderiam ser evitados

Realizar uma obra pode ser um desafio complexo que vai muito além do que escolher novas cores e mobiliários | Foto: Freepik

Reformar um imóvel é, para muitos, o empreendimento de um sonho, mas isso pode rapidamente se tornar um pesadelo quando há falta de planejamento ou quando pequenas falhas passam despercebidas. Segundo o arquiteto e professor de arquitetura Paulo Tripoloni, à frente do Atelier que leva seu nome, muitos erros poderiam ser evitados se houvesse maior atenção aos detalhes e, principalmente, se profissionais qualificados fossem contratados desde o início.

Uma obra precisa ser conduzida como uma orquestra, onde cada profissional tem sua função, mas é o arquiteto quem atua como maestro, coordenando todas as etapas para que o resultado final seja impecável. Sem essa visão, é comum o cliente se perder no meio do caminho”, destaca Paulo.

2_Retrato Paulo Tripoloni_Foto Rafael Renzo.jpg

Arquiteto Paulo Tripoloni em recente projeto de interiores | Foto: Rafael Renzo

1. Falta de projeto executivo detalhado

Um dos principais equívocos cometidos é acreditar que apenas um desenho básico é suficiente para guiar uma obra. Nada disso! Paulo Tripoloni sugere que sem um projeto executivo completo, que inclua plantas técnicas, cortes, detalhamentos elétricos, hidráulicos, de gesso, marcenaria e, principalmente, a inclusão de uma imagem em 3D, a execução fica sujeita a improvisos e decisões tomadas às pressas, o que aumenta as possibilidades de retrabalho, desperdício de material e até resultados abaixo das expectativas.

3_Projeto Atelier Paulo Tripoloni_Foto Acervo.jpg

Uma simples imagem em 3D ajuda a trabalhar detalhes, como aproveitamento de todos os cantos, e a valorizar os revestimentos e iluminação escolhidos | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Acervo

O projeto executivo é o manual da obra, sem ele cada etapa fica aberta a interpretações diferentes e o risco de erros se multiplica. Quando o arquiteto entrega um material completo, ele está dando a segurança de que todos os profissionais envolvidos vão seguir o mesmo roteiro, sem espaço para surpresas desagradáveis”, explica o profissional.

2. Estouro de orçamento

Erro recorrente em situações de proprietários que não possuem apoio técnico e se veem diante de gastos muito acima do previsto. Isso pode acontecer por não calcular corretamente a metragem de revestimentos, rodapés, o consumo de tinta, quantidade de esquadrias ou mesmo pela falta de definição de acabamentos.

Para o arquiteto, o resultado é sempre o mesmo: uma obra que começa dentro das expectativas e termina com um rombo no bolso.

4_Freepik.jpg

Detalhes que parecem pequenos podem comprometer toda a entrega final. Portanto, avalie cada insumo com precisão, evitando desperdícios e garantindo que o orçamento reflita a realidade | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Freepik

3. Prazos estourados

Obras que se arrastam por meses além do esperado são uma das maiores frustrações de quem reforma. Muitas vezes, a causa não é o tamanho da obra, mas sim a falta de um cronograma claro e realista. Por isso, deve-se:

·         Mapear cada etapa;

·         Prever imprevistos;

·         Organizar o fluxo de trabalho.

Para Paulo, a gestão de prazo não é sorte, e sim técnica. Então é determinante contar com alguém qualificado para saber a ordem correta das etapas, o tempo que cada uma exige e até onde é possível recuperar dias em caso de atrasos.

4. Mão de obra desqualificada

5_Freepik.jpg

O resultado da obra está diretamente ligado à capacitação de quem executa | Foto: Freepik

Outro erro frequente é contratar profissionais sem referências sólidas, baseando-se apenas em preços baixos. Esse tipo de escolha abre espaço para trabalhos mal executados, acabamentos com falhas e até problemas estruturais que custam caro para corrigir.

Por isso, alguém que pensa em reformar precisa de antecedentes, visitar obras concluídas, pedir indicações de clientes anteriores e pesquisar o histórico dos profissionais para evitar surpresas desagradáveis. “Eu só trabalho com equipes experientes, porque já vi de perto os prejuízos que uma mão de obra despreparada pode causar. Por isso, sempre digo aos clientes para desconfiar de preços muito baixos e priorizar a qualidade”, alerta o arquiteto.

5. Arrependimentos pós-obra

Muitas pessoas percebem só depois da reforma que a sala ficou menor do que imaginavam, ou que o revestimento não trouxe o efeito esperado, ou que a cozinha ficou mal pensada.

6_Projeto Atelier Paulo Tripoloni_Foto Rafael Renzo.jpg

Resolver problemas após a obra pode sair mais caro e mais cansativo, além de que em alguns casos, impossível sem um novo quebra-quebra | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Rafael Renzo

Um bom projeto requer uma definição minuciosa de cada detalhe, como o tipo de puxador ou à posição de uma lâmpada, todos esses pontos fazem influenciam na rotina do morador. Um projeto completo elimina arrependimentos e garante satisfação a longo prazo, porque a casa passa a responder verdadeiramente às necessidades de quem vive ali”, reforça Paulo Tripoloni.

6. Horários de obra

Neste ponto, principalmente em condomínios, não podemos esquecer o respeito aos horários permitidos, como o início e o término do expediente, além da entrada de prestadores de serviço, precisam obedecer às normas do regulamento interno. Ignorar isso pode gerar advertências, multas e até a paralisação da obra.

7_Projeto Atelier Paulo Tripoloni_Foto Adriano Escanhuela.jpg

Obras em apartamentos dependem de um cronograma autorizado pelo prédio | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela

7. Solicitação de materiais

Muitos acreditam que é melhor comprar tudo de uma vez, mas essa prática costuma gerar excesso de estoque, além da ocupação desnecessária e até perdas por quebra ou mau armazenamento. Por outro lado, sair comprando de forma desordenada também aumenta custos e riscos.

O segredo, segundo Paulo, está no equilíbrio de planejar as aquisições de acordo com o ritmo da reforma. “O ideal é que os materiais cheguem próximos ao momento em que serão utilizados”, diz.

8_Acervo.JPG

Foto: Acervo

8. Falta de organização geral

Por fim, um erro que compromete todos os demais é a desorganização. Uma obra é um sistema complexo, onde prazos, orçamento, logística e segurança precisam caminhar juntos. Quando não há coordenação, as falhas aparecem em cascata, multiplicando custos e aumentando os desgastes emocionais do cliente.

9 e 10_Acervo e Adriano Escanhuela.JPG

Segurança, prazo, orçamento e estética fazem parte de um mesmo processo | Foto: Acervo e Adriano Escanhuela

Ter um arquiteto que atua como maestro, alinhando cada detalhe para que a obra aconteça sem imprevistos é insubstituível, só quem já viveu o canteiro consegue orquestrar tudo com precisão e entregar um resultado que corresponda às expectativas”, conclui Paulo Tripoloni.

Sobre o Atelier de Arquitetura Paulo Tripoloni

Para o arquiteto Paulo Tripoloni, nascer na maior cidade da América Latina o fez refletir, desde cedo, sobre o lugar do homem nas cidades – o morar, o viver e o trabalhar. Morar em São Paulo despertou nele o olhar atento aos detalhes, necessidades e a força que a urbanidade trazia. Encontrou na arquitetura minimalista uma de suas inspirações para realizar projetos que buscam atender às necessidades da vida contemporânea por meio de ambientes funcionais, belos e ecologicamente responsáveis que conectem cada cliente ao que, de fato, é essencial para cada um.

Instagram: @paulotripoloni

Site: www.paulotripoloni.com.br