Preso por cárcere, polícia descobre que homem forçava mulher a manter relação sexual

06/12/2014 07h

A vítima contou à polícia que as agressões começaram há 1 ano e meio

Midiamax

Um homem de 24 anos foi preso na última quinta-feira (4) por ser suspeito de manter a mulher, uma jovem de 25 anos, em cárcere privado, no Jardim Monumento, em Campo Grande e forçá-la a praticar sexo. O caso chegou à Polícia Civil por meio de uma vizinha da vítima. A mulher conseguiu pegar o celular do marido e mandou uma mensagem para a vizinha, pedindo socorro.

O caso surpreendeu até o delegado e os policiais da delegacia que fizeram a prisão de Rafael Ribeiro Amorim. De acordo com o delegado Tiago Macedo, da 4º Delegacia de Polícia Civil, Rafael é uma pessoa de alta periculosidade, agressiva e dissimulada.

De acordo com Macedo, após receber o pedido de socorro, a vizinha levou o celular até a delegacia e no dia seguinte os policiais prenderam Rafael. Os agentes foram até a casa e segundo o delegado, a vítima correu em direção à viatura no momento em que viu os policiais. O suspeito ainda ameaçou a mulher na frente da polícia, dizendo que se ele fosse preso, ela não voltaria para casa.

Quando os policiais chegaram à residência, ele não quis abrir a porta, mas depois, acabou convencido a ir até a delegacia. Ele estava inconformado, mas ainda não estava agressivo. Ao ser informado que seria preso, ele ficou agressivo e insurgiu contra os policiais.

Rafael agrediu um dos agentes ao ser colocado dentro da cela. Ele se recusou a assinar os papeis da prisão e vai ser encaminhado para o presídio, pois teve a prisão preventiva decretada.

A polícia apurou que ele e a vítima estavam casados há dois anos e têm uma filha de dois meses. A mulher contou que passou a ser agredida há 1 ano e meio e que até o filho dela de dois anos, enteado do suspeito, já foi agredido por ele. Rafael teria tentado asfixiar a criança.

Terror

A vítima contou à polícia que as agressões começaram há 1 ano e meio. Ela era proibida de sair sozinha, para todos os lugares que ela ia, ele o acompanhava. Na última semana, ela não podia nem sair de casa. Uma das testemunhas do crime disse aos policiais que suspeitava das agressões, mas que Rafael colocava música em um volume muito alto, para impedir que alguém ouvisse os gritos de socorro da mulher.

A jovem passou por exame de corpo de delito e a polícia aguarda um laudo, que vai confirmar se uma lesão interna que ela tem no rosto foi provocada por violência no último fim de semana. A vítima também possui uma cicatriz de sete centímetros, de um golpe de canivete que recebeu do marido há mais de um ano.

Segundo a autoridade policial, as agressões não tinham motivo específico, o suspeito não é usuário de drogas e aparentemente não possui distúrbios psicológicos, mas é muito agressivo. Ele jogava a mulher na cama, tentava manter relações sexuais com ela e chegou a mandar que ela realizasse o ato sexual, mesmo ele estando há quatro dias sem tomar banho.

Rafael não trabalhava e a família vivia em um comodato com o dinheiro de benefícios sociais.

Provas

O cárcere e as agressões ficaram comprovados para polícia. Conforme o delegado, a vítima prestou depoimento e relatou os momentos de terror que viveu, além da mensagem em que ela pediu socorro não deixam dúvidas que houve cárcere, violência doméstica e violência psicológica. “A violência doméstica não deixa muitas testemunhas, por isso, a palavra da vítima tem um peso muito importante”, diz Macedo.

Uma cópia do procedimento de investigação será remetida à Depca (Delegacia Especializa em Proteção à Criança), para que seja apurada a agressão contra o enteado.

“Impossível viver com ele”

A família de Rafael já foi ouvida pela polícia. Segundo Macedo, a mãe relatou que ele sempre foi muito agressivo, que não pode ser contrariado e que era “impossível conviver com ele”.

A mãe contou que quando mais novo, ele tentou agredir o pai com uma faca e toda vez que o pai o confrontava, ele era agressivo com o genitor.

Agressão ao policial

Após ser preso, Rafael ficou mais agressivo e não foi possível nem que os policiais o revistassem. Ele foi colocado do jeito que estava em uma das celas e agrediu um policial civil. O agente teve que levar 12 pontos na boca.

Por motivos de segurança, a polícia preferiu manter Rafael afastado dos jornalistas e ele só pode falar de dentro da viatura policial. Questionado, ele negou as agressões à mulher e disse que ela faz a denúncia para “ir embora com a menina”, dando a entender que a vítima queria a separação e a guarda da criança. O homem também negou a agressão ao policial. Ele disse que foi agredido e que não bateu no agente.

Ele vai ser indiciado por cárcere privado, lesão corpora (violência doméstica), lesão corporal contra o policial e ainda pode responder por agressão à criança. A vítima não está mais em Campo Grande e recebe apoio de familiares em outra cidade.

Preso por cárcere, polícia descobre que homem forçava mulher a manter relação sexual