
O anuncio foi feito pela ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez. Não foi informado o local de destino dos detentos que serão transferidos.
Mais de 430 detentos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade na fronteira entre Brasil e Paraguai, e vizinha à Ponta Porã (MS), vão ser transferidos para outros presídios, no país. A informação da quantidade de presidiários remanejados foi anunciada após o fechamento do presídio nesta quinta-feira (14).
O anúncio feito pela ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, destaca que os presos transferidos são de facções criminosas, ligadas ao crime organizado na linha de fronteira entre Brasil e Paraguai. Ao todo, o presídio conta com 868 internos, sendo que a metade deve ser transferida.
Com a transferência, Cecilia Pérez comentou haverá várias mudanças na penitenciária. A unidade fechada não receberá novos detentos, e os presos de maior periculosidade serão transferidos.
O comunicado do fechamento do presídio foi feito após uma operação na madrugada de hoje (14) encontrar uma “cela de luxo” com televisores e ar-condicionado, além de diversos celulares, objetos proibidos, e até uma mulher acompanhando um detento. O objetivo da operação era encontrar provas sobre o planejamento de quatro execuções registradas no sábado, na cidade.
Conforme o anúncio do órgão, o servidor Sixto Daniel Peralta Aguayo foi designado como auditor financeiro do presídio. O diretor interino da unidade, Virgílio Duarte, foi afastado das funções, ficando à disposição de Estabelecimentos Penitenciários.
O auditor financeiro deve apresentar um relatório final no prazo de cinco dias depois da conclusão da intervenção.
Crimes na fronteira
Na sexta-feira (8), o vereador Farid Afif (DEM) foi executado a tiros, enquanto fazia um passeio de bicicleta por Ponta Porã. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o parlamentar foi assassinado.
Somente entre a tarde de sexta-feira (8) e a manhã dessa quarta-feira, sete pessoas foram assassinadas na região em que apenas uma rua divide Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, no departamento de Amambay.
Na sexta-feira (8), horas antes de ser assassinado, o vereador Farid Affaf pedalava por Ponta Porã.
Já no sábado (9), um atentado vitimou quatro pessoas, incluindo Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambay, no Paraguai.
As outras vítimas do atentado, ocorrido no sábado (9), são: Omar Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, conhecido como “Bebeto”, foi atingido por 31 tiros, no sábado (9); Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos. Natural de Dourados, foi morta com 14 tiros; e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, morta com 10 tiros.
O policial paraguaio Hugo Ronaldo Acosta, de 32 anos, foi morto a tiros na noite de terça (12) na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. O crime aconteceu em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã (MS).
Na quarta-feira (13), uma pessoa, ainda não identificada, morreu e duas ficaram feridas em um novo atentado, em Capitán Bado, município vizinho a Coronel Sapucaia, cidade sul-mato-grossense na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. Entre os baleados está o vereador do município paraguaio, Ismael Valiente, e um idoso de 84 anos.
Depois da série de homicídios registrados nos últimos cinco dias na fronteira, o governo paraguaio anunciou um convênio entre Brasil e Paraguai para garantir segurança na região. O anúncio foi feito pelo ministro do interior do Paraguai, Augusto Giuzzio, e confirmado pelo secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), Antônio Carlos Videira.
Fonte: G1 MS