Paraguai, a China latino-americana – Por Fabiano Faria

03/02/2017 10h

: O que o país vizinho reserva aos empreendedores com a generosa Lei da Maquila

Divulgação (TP)

Nada nos inibe dizer que, por diversos fatores, sejam eles comerciais, linguísticos ou geográficos, o Paraguai é, sem dúvidas, a China da América Latina.

As empresas no Brasil encontram-se, atualmente, submetidas a um elevado custo de operação em suas atividades devido, principalmente, às obrigações fiscais e trabalhistas. Soma-se a isso o elevado preço das instalações físicas e o custo operacional integrado, ante uma concorrência cada vez mais acirrada e com melhores condições comerciais.

Encarando-se esse cenário, muitas são as empresas brasileiras que buscam alternativa para prosseguirem competitivas, inclusive mudando seus polos industriais para outros países ou, terceirizando suas etapas de produção em países economicamente mais viáveis, como a China, por exemplo.

No entanto, por questões logísticas, geográficas e, inclusive linguísticas, muitas também são as empresas que já descobriram a capacidade econômica e produtiva de países próximos, como o Paraguai, que não somente possui custos de produção muito mais baixos que os do Brasil mas, que economicamente é mais forte em crescimento (cerca de 4,5% a.a.), mais justo nas taxas de juros (cerca de 5,00% – quase três vezes menor que a Selic brasileira) e muito menos burocrático.

Aliam-se à esses fatores, o trânsito do MERCOSUL, as generosas isenções fiscais para investimentos estrangeiros para fins de exportação proporcionadas pela Lei da Maquila, economia estável, segurança jurídica e baixos encargos sociais, que visam garantir um custo inferior de produção de bens e serviços.

Atualmente, há no Paraguai grandes empresas instaladas sob o Regime de Maquila, tais como: Adidas, Kappa, ZARA, Penalty, Mitsubishi Motors, entre tantas outras gigantes, assim como, há também as médias que não aportaram suas linhas de produção no Paraguai da noite para o dia, que mantiveram suas operações em seus países de origem, inclusive o Brasil e colocaram uma segunda linha de produção no Paraguai para que pudessem iniciar suas atividades até fazer uma transferência completa, mantendo somente a matriz brasileira como uma “contratante” da vantajosa importadora e excelente manufatura paraguaia.

Enquanto o custo Brasil lidera o ranking de um dos mais altos para a produção de bens e serviços, o custo Paraguai, além dos incentivos da Lei da Maquila registra um dos mais baixos e favoráveis do mundo.

Fazendo um interessante comparativo, temos que: No Paraguai, os imóveis e a energia elétrica são mais baratos; ao contrário do Brasil, empresários brasileiros que desejarem produzir no Paraguai à partir de matrizes primárias importadas não encontram-se sujeitos aos altos impostos de importação, bem como, aos impostos de exportação em Regime de Maquila, pois, paga-se apenas 1% sobre o valor agregado e nada mais.

Competitividade! No atual cenário econômico mundial é essa palavra que movimenta as Companhias afetas à economia de mercado. Todo e qualquer fator que atua como influenciador no custo de uma empresa, pode ser determinante para ditar o ritmo sobre sua competitividade.

Em um país onde até o “cafezinho” sofre bitributação, como no Brasil, onde as infindáveis contribuições sociais e impostos inviabilizam sobremaneira os custos de operação e derruba a competitividade em níveis alarmantes, tem-se no Paraguai um país extremamente desburocratizado, de baixíssimo custo e que, ainda possibilita a utilização de mecanismos comerciais para a manufatura de produtos provenientes de mercados de alto potencial de insumos, como o asiático, restrito em outros países que se utilizam de cláusulas antidumpings.

Foi-se o tempo em que o Paraguai era conhecido como reduto de sacoleiros, de narcotraficantes; foi-se o tempo em que a primeira imagem que vinha à cabeça quando se lembrava do Paraguai era da Ponte da Amizade abarrotada de veículos e pessoas. O Paraguai de hoje é um país forte, robusto e em franco desenvolvimento.

O Paraguai de hoje, sem dúvida, será a China do amanhã!

Notas

O Autor é empresário do setor de transportes há 15 anos, empreendedor e responsável por um dos maiores programas de captação de empresas estrangeiras para o Paraguai. É autor do livro Manual da Maquila 1.0 – regime legal que concede um dos maiores benefícios empresariais do mundo para empresas estrangeiras que levam seus investimentos para o solo paraguaio.

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