Na última terça-feira (27), o município de Chapecó, em Santa Catarina, sediou mais uma edição do Projeto Campo Futuro, com foco na pecuária de leite. O evento reuniu produtores rurais, técnicos da CNA, representantes do Sistema Faesc/Senar, sindicatos rurais e profissionais do setor.
A iniciativa é fruto da parceria entre o Sistema CNA/Senar, o Sistema Faesc/Senar, o Sindicato Rural de Chapecó e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Santa Catarina se destaca na produção leiteira nacional
Durante o encontro, o vice-presidente da Faesc, Clemerson Argenton Pedrozo, destacou a importância da pecuária leiteira para o estado. “Com apenas 1,12% do território brasileiro, somos o quarto maior produtor de leite do país e referência em produção animal”, afirmou.
Pedrozo também ressaltou o papel do produtor catarinense no avanço tecnológico do setor. “Santa Catarina é exemplo de dedicação e inovação. O Projeto Campo Futuro é essencial para que o produtor compreenda seus custos e tome decisões mais estratégicas”, acrescentou.
Informações estratégicas para toda a cadeia produtiva
O presidente do Sindicato Rural de Chapecó, Luiz Carlos Travi, reforçou a relevância do levantamento para o fortalecimento da cadeia do leite. Segundo ele, os dados coletados com produtores, veterinários e representantes de laticínios permitem traçar um panorama detalhado dos custos de produção — da propriedade até o consumidor final.
“É uma oportunidade valiosa para orientar tecnicamente todos os envolvidos e fortalecer o setor com base em dados reais”, afirmou Travi.
Perfil da propriedade e desempenho produtivo
O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, apresentou o perfil da propriedade típica da região: com 36 hectares, produção totalmente confinada no sistema Compost Barn e produção média de 1.400 litros de leite por dia.
Segundo Dias, a produtividade por vaca aumentou, atingindo 28 litros/dia, reflexo do trabalho de melhoramento genético na região — tendência também observada em Braço do Norte. “A produção anual de 16 mil litros por hectare demonstra uma boa eficiência no uso da terra”, explicou.
Resultados econômicos e financeiros positivos
De acordo com Guilherme Dias, os dados revelam que a atividade leiteira em Chapecó não apenas cobre os custos operacionais, como também gera caixa para reinvestimento em infraestrutura e garante o pró-labore das famílias envolvidas. O único ponto abaixo da média foi a remuneração do capital imobilizado.
Ainda assim, o assessor destacou que a atividade leiteira se mostrou mais rentável que o arrendamento de terras na região. “Enquanto o arrendamento gira em torno de R$ 2.400 por hectare, a margem bruta do sistema produtivo alcança cerca de R$ 16 mil por hectare ao ano”, explicou.
Eficiência na remuneração do produtor
Segundo Dias, os números comprovam a eficiência do sistema de produção na remuneração dos pecuaristas. “O resultado mostra que a pecuária de leite segue como uma excelente alternativa de uso da terra na região”, finalizou.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio