Nova Itamarati: Projeto CDR/UFGD leva oficina de bioinseticidas e fortalece extensão voltada à agricultura familiar

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Evento reuniu agricultores e pesquisadores para compartilhar a tecnologia social – bioinseticida- baseadas na produção artesanal de defensivos naturais a partir de plantas da região

O Assentamento rural Nova Itamarati sediou, na última semana, a primeira oficina de produção e aplicação de inseticidas com foco na agricultura familiar. A atividade foi promovida pelo projeto Centro de Desenvolvimento Rural – Rede de Soluções Sustentáveis (CDR/UFGD) e conduzida pela coordenadora do Eixo Educação e colaboradora do Eixo Produção Vegetal, profa. Mara Mussury e sua equipe.

Formada por professores, pesquisadores e alunos extensionistas dos cursos de Agronomia e Biologia da UFGD, a equipe multidisciplinar buscou aproximar o conhecimento científico da realidade local, por meio de práticas simples e acessíveis de controle biológico de pragas. “Acreditamos que temos um compromisso na disseminação do conhecimento de nossas pesquisas junto à comunidade, então sentimos que esse seria um bom momento”, afirmou a professora Mara.

A estrutura da oficina foi pensada com base na vocação e expertise dos membros da equipe, que abordaram temas como: escolha das plantas com potencial inseticida;métodos artesanais de produção de bioinseticidas; segurança no campo e uso correto de equipamentos de proteção Individual (EPIs) e estratégias de aplicação adaptadas à agricultura familiar.

Além das práticas de campo, os participantes puderam conhecer as linhas de pesquisa dos laboratórios da UFGD e a proposta extensionista do CDR. A ideia, segundo a coordenadora do Eixo Educação do Projeto CDR, Mara Mussuy, é que essa seja apenas a primeira de uma série de ações. “Penso em continuar com os atendimentos individuais que vêm sendo realizados e, no próximo semestre, realizar a segunda oficina, abordando o biocontrole de pragas com plantas”, completou.

Entre os destaques da oficina esteve a participação da mestranda Sederli Bombarda Sobrinho, moradora no Itamarati, professora do eixo temático Terra, Viida e Trabalho (TVT) na E.E Nova Itamarati e aluna do Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Biodiversidade da UFGD. Para ela, o impacto da tecnologia social vai além da produção. “O custo-benefício do bioinseticida é o grande diferencial para o agricultor familiar, garantindo sobretudo produtos saudáveis — bons para todos os envolvidos”, explicou.

Autonomia no campo

A oficina também gerou reflexões entre os produtores locais. Para Francisca Marciana, moradora do Itamarati 2, o conhecimento adquirido representa um passo importante na busca por autonomia no campo. “É interessante porque é cada vez mais conhecimento, produção sustentável, e também desafio para produzir. Conhecimento e aprendizado para o resto da vida”, relatou.

A ação fortalece a presença da universidade pública nos territórios da reforma agrária e reforça o papel da integração da extensão e da pesquisa aplicada como ferramentas de transformação social e sustentabilidade.E a temática trabalhada está diretamente ligada aos ODS e ao diagnóstico de temas demandados pelos agricultores familiares realizado em fevereiro de 2025 realizado pela coordenadora geral do Projeto CDR, profa. Juliana Carrijo.

Equipe, apoio e financiamento

A equipe multidisciplinar do CDR/UFGD que conduziu a oficina foi composta por docentes, pesquisadores e estudantes dos cursos de Biologia e Agronomia: Mara Mussury, Andressa Foresti, Nádia Laiz, Fabrício Cabrera, Rosicleia Matias, Sederli Bombarda e o agrônomo Adner Wilian. Esses e outros trabalhos desenvolvidos pelo CDR Itamarati é possível porque tem o apoio e financiamento dos parceiros: Prefeitura Municipal de Ponta Porã, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Governo Federal, Governo de Mato Grosso do Sul, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (FUNDECT), Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ITAIPU Binacional.


Fonte: Alice Fernandes – Jornalista Comunicação para o desenvolvimento