O mercado global de celulose continua a enfrentar um cenário de pressão nos preços, impulsionado pelo aumento expressivo da oferta em 2025. Esse crescimento decorre da entrada em operação de novas fábricas na América do Sul e na Ásia, que iniciaram suas atividades entre 2023 e 2024. Como consequência, os estoques globais de celulose de fibra curta estão em alta. De acordo com o Pulp and Paper Products Council (PPPC), os estoques passaram de 39 dias em dezembro de 2024 para 44 dias em abril de 2025.
Esse acúmulo de estoques tem pressionado os preços internacionais. Na China, por exemplo, o preço da celulose de fibra curta caiu de US$ 590 por tonelada no início de abril para US$ 490 por tonelada em junho. Apesar disso, a demanda por celulose segue firme em alguns mercados, como o chinês, que registrou aumento de 9% nas importações de fibra curta nos quatro primeiros meses de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A valorização do real nas últimas semanas também influenciou o setor, reduzindo ligeiramente as margens das exportações brasileiras de celulose. Além disso, os estoques nos principais portos chineses, como Qingdao, Changshu e Zuhai, aumentaram 15% em maio na comparação anual, alcançando 2,3 milhões de toneladas.
Do lado positivo, medidas recentemente anunciadas pelo governo chinês para estimular o consumo doméstico podem aquecer o mercado de papel e celulose na segunda metade de 2025. Isso pode ajudar a equilibrar os volumes globais, absorvendo parte do excesso de produção gerado por novas fábricas no Brasil, Indonésia, Chile e China.
Ainda assim, no curto prazo, os preços da celulose devem continuar sob pressão devido ao cenário macroeconômico e político volátil. A expectativa é de que uma recuperação mais consistente ocorra apenas a partir do quarto trimestre de 2025, quando os impactos das novas capacidades produtivas forem plenamente absorvidos e houver mais clareza sobre o panorama comercial global.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio