Ovando afirmou que o Plano Safra não levou em consideração as produções frustradas enfrentadas nos últimos anos.
O deputado federal Dr. Luiz Ovando, do PP-MS, afirmou que o Plano Safra 25/26 anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstra a “falta de simpatia” que o chefe de Estado tem pelo agronegócio brasileiro.
Ao Midiamax, Ovando afirmou que o governo não levou em consideração as safras frustradas que o produtor rural enfrentou nos últimos anos, especialmente em Mato Grosso do Sul.
Segundo dados da Famasul, o VBP (Valor Bruto da Produção) de MS para 2024 ficou estimado em R$ 69,32 bilhões, puxado, principalmente, pela agricultura (R$ 45,86 bilhões).
O valor apresentou retração de 23,2% em relação ao ano anterior, quando foram registrados R$ 59,73 bilhões.
A entidade considerou que a redução se deve aos fatores climáticos que influenciaram os prejuízos nas lavouras.
“O governo do PT, o Lula, não tem qualquer simpatia com o agronegócio. Não vê que o agronegócio é responsável por 1/4 da produção nacional e, infelizmente, devido a uma série de circunstâncias, em especial após a pandemia, a produção acabou ficando muito mais cara”, destacou o deputado.
Privilegiados
O deputado ainda considerou que, para o governo petista, o agronegócio “é privilegiado”, não necessitando de políticas de incentivo alinhadas às reais necessidades do homem do campo.
“O governo segue gastando muito e, se gasta muito, joga mais dinheiro no mercado, aumentando a inflação. Tudo para manter as benesses e concessões, buscando sustentar o assistencialismo, quando na verdade quem tem condições de qualificar o trabalhador é o agronegócio”, aponta o deputado sul-mato-grossense.
Ovando critica que a taxa de juros elevada no Plano Safra da edição deste ano impõe ao produtor risco de empréstimo aumentado.
“Diante disso, o que fazer? Diminuir a produção?”, questiona. Para Ovando, o produtor não tem segurança de adesão ao crédito.
Apesar dos desafios, o parlamentar não acredita que o agronegócio será empobrecido pelas políticas que ele considera insuficientes.
Relembre o plano
O governo federal anunciou no dia 1º de julho a nova edição do Plano Safra, com oferta de R$ 594,4 bilhões em recursos para financiar a produção 2025/2026.
Apesar de representar um valor superior de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, contemplando operações de custeio, comercialização e investimento, o programa não atendeu à expectativa do setor, que vê com preocupação a disparidade diante da inflação acumulada no ano passado.
Do montante total, R$ 78,2 bilhões são destinados à agricultura familiar e R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial.
O resultado do plano neste ano, segundo a Famasul, “é uma perda real de capacidade de financiamento”, que preocupa especialmente em um cenário de custos de produção elevados.
Taxas elevadas
Os produtores veem com preocupação a taxa de juros da proposta disponibilizada pelo governo Lula.
O custo do crédito ficou mais caro nesta edição, já que as taxas de juros tiveram aumento médio de dois pontos percentuais em relação ao ano passado.
Nas linhas de custeio e investimento, os percentuais variam entre 8,5% e 14% ao ano.
No Plano Safra anterior, as taxas aplicadas ao financiamento oscilavam entre 7% e 12%.
O governo justifica o avanço dos juros em razão da escalada da Selic, que passou de 10,5% a 15% ao ano entre as safras.
Há críticas também relacionadas à ausência de políticas de securitização no Plano Safra deste ano.
Fonte: Midiama