Dólar abre em queda com foco na decisão de juros da Europa e avanço de acordos comerciais dos EUA

Na manhã desta quinta-feira (24), o dólar abriu em leve baixa, refletindo a cautela dos investidores diante de dois fatores principais: a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e o avanço dos acordos comerciais promovidos pelos Estados Unidos. Na véspera, a moeda americana recuou 0,80%, cotada a R$ 5,5223, enquanto o Ibovespa fechou em alta de 0,99%, aos 135.368 pontos.

Negociações comerciais dos EUA dominam o cenário global

O centro das atenções segue sendo os acordos comerciais impulsionados pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Diplomatas indicaram que está em curso uma nova negociação entre os EUA e a União Europeia (UE), com possibilidade de um tratado que prevê tarifas de 15% sobre produtos do bloco europeu.

Se confirmado, este será o quarto acordo desde que Trump iniciou uma ofensiva tarifária contra parceiros comerciais. Nesta semana, já foram firmados tratados com Japão — chamado por Trump de “o maior da história” — e Filipinas.

Brasil ainda sem avanço nas tratativas com os EUA

Diferentemente de outros países, o Brasil ainda não conseguiu avançar nas negociações com os Estados Unidos. Em resposta às tarifas impostas pelo governo norte-americano, o Itamaraty criticou as medidas, classificando-as como “arbitrárias” e “caóticas” durante pronunciamento na Organização Mundial do Comércio (OMC).

De acordo com o colunista Valdo Cruz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não existe um canal direto de negociação com Trump, e que os diálogos diplomáticos em curso não têm repercussão direta na Casa Branca.

Decisão do BCE e inflação na zona do euro no radar

O destaque da agenda econômica do dia é a decisão sobre os juros do Banco Central Europeu. O mercado aguarda a manutenção das taxas, após oito cortes consecutivos de 0,25 ponto percentual. A decisão é vista como um indicativo importante para o rumo da inflação na zona do euro, especialmente em um momento de incerteza global provocada pelo aumento de tarifas comerciais.

Indicadores internacionais e dados domésticos na pauta

Além da decisão do BCE, os investidores monitoram dados da indústria e dos serviços tanto na zona do euro quanto nos Estados Unidos. Informações sobre o mercado de trabalho americano e a arrecadação tributária federal no Brasil também estão no radar.

Desempenho recente do mercado financeiro
  • Dólar
    • Semana: -1,17%
    • Mês: +1,63%
    • Ano: -10,64%
  • Ibovespa
    • Semana: +1,49%
    • Mês: -2,51%
    • Ano: +12,54%
Acordos dos EUA com Japão e Filipinas

Na terça-feira, Trump anunciou dois novos acordos comerciais. Com o Japão, o tratado estabelece uma tarifa de 15% sobre produtos exportados aos EUA. O presidente norte-americano classificou o acordo como “gigantesco” e afirmou que será benéfico para ambos os países.

Já com as Filipinas, a nova alíquota ficou em 19%, uma redução em relação aos 20% anunciados anteriormente. Os EUA, por sua vez, não pagarão tarifas. Trump também destacou, em publicação na rede Truth Social, a importância da cooperação militar com o país asiático e elogiou o presidente filipino.

Fed segue em meio a pressões políticas

As tensões entre Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, continuam. Nesta quarta-feira, o republicano voltou a pressionar por juros mais baixos, alegando que a atual taxa deveria ser três pontos percentuais menor, o que, segundo ele, pouparia US$ 1 trilhão ao país por ano.

Apesar das críticas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que não há pressa para indicar um substituto para Powell, cujo mandato à frente do Fed termina em maio de 2026. Powell, no entanto, pode permanecer na diretoria da instituição até janeiro de 2028.

Economia brasileira: liberação de R$ 20,6 bilhões no orçamento de 2025

Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram na terça-feira (22) a liberação de R$ 20,6 bilhões no Orçamento de 2025. A medida foi possível após uma revisão das estimativas de receitas e despesas, levando em conta:

  • Aumento do IOF, com aval parcial do STF;
  • Tributação de apostas eletrônicas e fintechs;
  • Limitação de compensações tributárias;
  • Inclusão do programa Pé-de-Meia como piso de investimentos em educação;
  • Receita adicional de R$ 17,9 bilhões com exploração de recursos naturais, como o pré-sal.

Com isso, o bloqueio orçamentário, que era de R$ 31,3 bilhões até maio, caiu para R$ 10,7 bilhões. A expectativa do governo é de que, mesmo com o déficit projetado de R$ 74,9 bilhões, a meta fiscal seja cumprida, considerando o abatimento de precatórios e a margem de tolerância prevista no novo arcabouço fiscal.

O detalhamento dos ministérios e políticas que serão contemplados com os recursos liberados deve ser divulgado até o fim do mês.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio