Número de roubo com mortes aumenta 263% em um ano e presos são mais de 29 mil em MS

O aumento nas taxas de latrocínio e de presos em Mato Grosso do Sul são as maiores do Brasil.

O número de latrocínios, isto é, o assalto à mão armada com morte, aumentou, em um ano, 263,6% em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Entre os anos de 2023 e 2024, houve um salto de 6 casos para 22 casos no Estado, o maior aumento entre os estados brasileiros.

O caso mais recente noticiado pelo Correio do Estado é o do professor indígena Anderson Gomes Lopes Machado, de 24 anos, que foi atacado com golpes de foice na madrugada do último domingo (20), próximo a Aldeia Pirakuá, em Bela Vista, distante aproximadamente 324 quilômetros de Campo Grande. 

Segundo a polícia, Anderson dava aulas na aldeia indígena PiraKuá e seguia por uma estrada próxima ao local quando o veículo apresentou problemas mecânicos e ele decidiu empurrar, momento em que foi surpreendido pelos três agressores. 

Dois deles foram presos ontem (23) e o último suspeito foi detido na manhã desta quinta-feira (24) com a foice utilizada para matar o professor, a chave da moto e as chuteiras do professor. 

O crime de latrocínio é considerado um crime hediondo, ou seja, extremamente grave. Assim, a pena para quem o comete varia de 20 a 30 anos, não dando ao condenado o direito a nenhum benefício como redução de pena ou anistia. 

Conforme apurado anteriormente pelo Correio do Estado, o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, classifica os criminosos deste perfil como “o mais violentos dos criminosos”. A justifica para esta alta poderia ser a identificação e prisão dos autores de crimes “antigos”. 

“Temos tratado esses casos com muita rigidez, porque muitos das ocorrências que pareciam ser um homicídio simples você descobre que sumiu algo de dentro da casa da vítima e se tornam latrocínio, então temos que continuar investindo na Delegacia [Especializada] de Homicídios [e Proteção à Pessoa DHPP], que é por onde esses casos entram. Estamos focando nisso para que os autores não fiquem impunes”, disse Videira. 

Sistema prisional

O número de presos em Mato Grosso do Sul também aumentou consideravelmente no período de um ano. Em 2023, eram 21.653 detentos no sistema penitenciário do Estado. Em 2024, o número subiu para 29.260, um aumento de aproximadamente 33%, o maior aumento em porcentagem do país e o terceiro maior em número de presos. 

Em Campo Grande, a taxa de morte violenta intencional é de 18,9%, uma redução de 3,7% com relação ao ano passado.

O número de homicídios na Capital aumentou de 124 para 132; a taxa de latrocínio subiu de 1 para 3, assim como a de feminicídio, de 8 para 11 vítimas. A taxa de lesão corporal diminuiu de 7 para 4, bem como a de morte proveniente de ação policial, de 55 para 41.

Fonte: Correio do Estado, Colaboraram Tamires Santana e Daiany Albuquerque