Alimentos e bebidas recuam e ajudam a conter alta da inflação em julho, aponta IPCA-15

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,33% em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE. A variação foi 0,07 ponto percentual (p.p.) acima da registrada em junho (0,26%). Com esse resultado, o indicador acumula alta de 3,40% no ano e 5,30% nos últimos 12 meses, ligeiramente acima dos 5,27% registrados nos 12 meses anteriores.

A seguir, veja os destaques da prévia da inflação de julho, com ênfase nos setores de alimentos, bebidas e agropecuária:

Alimentação e bebidas: recuo pelo segundo mês seguido

O grupo Alimentação e bebidas registrou variação negativa de -0,06% em julho, mantendo a tendência de queda iniciada em junho (-0,22%).

A alimentação no domicílio teve recuo de 0,40%, impulsionado pela queda nos preços de itens essenciais:

  • Batata-inglesa: -10,48%
  • Cebola: -9,08%
  • Arroz: -2,69%

Por outro lado, alguns produtos voltaram a subir, como:

  • Tomate: +6,39%, após recuar 7,24% em junho

Já a alimentação fora do domicílio acelerou, passando de 0,55% em junho para 0,84% em julho. Destaques:

  • Lanche: alta de 1,46%
  • Refeições em restaurantes: aumento de 0,65%
Habitação: energia elétrica pesa no bolso

O grupo Habitação teve a maior alta entre os pesquisados, com variação de 0,98% no mês. O principal impacto veio da energia elétrica residencial, com aumento de 3,01% e contribuição de 0,12 p.p. no IPCA-15.

As altas refletem a permanência da bandeira tarifária vermelha – patamar 1, com cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh, além de reajustes nas tarifas em várias cidades:

  • São Paulo: +13,97% (em uma das concessionárias)
  • Porto Alegre: +14,19% (em uma das concessionárias)
  • Curitiba: +1,97%
  • Belo Horizonte: +7,36%
  • Rio de Janeiro: -2,16% (em uma das concessionárias)

Também houve reajustes nas tarifas de água e esgoto:

  • Brasília: +9,88%
  • Curitiba: +3,83%
Transportes: passagens aéreas e apps sobem, combustíveis caem

O grupo Transportes registrou alta de 0,67% em julho, acelerando em relação aos 0,06% de junho. Dois itens se destacaram na elevação:

  • Passagens aéreas: +19,86%
  • Transporte por aplicativo: +14,55%

Por outro lado, os combustíveis apresentaram queda média de 0,57%, com destaque para:

  • Gás veicular: -1,21%
  • Óleo diesel: -1,09%
  • Etanol: -0,83%
  • Gasolina: -0,50%

A política de gratuidade em feriados e domingos impactou os índices do transporte público em algumas cidades:

  • Metrô em Brasília: -2,11%
  • Ônibus urbano em Brasília e Belém: -2,11% e -5,79%, respectivamente
  • Ônibus em Curitiba: redução tarifária de -2,68%
  • Táxi em Belo Horizonte: reajuste de 8,71%
Outros grupos: variações pontuais
  • Despesas pessoais: subiram 0,25%, puxadas por alta nos jogos de azar (+3,34%).
  • Saúde e cuidados pessoais: variação de 0,21%, com destaque para os reajustes nos planos de saúde, que chegaram a até 7,16%, conforme autorizado pela ANS.
  • Educação: estabilidade (0,00%)
  • Vestuário e artigos de residência: apresentaram leve queda, de -0,10% e -0,02%, respectivamente.
Variação regional: Belo Horizonte lidera alta; Goiânia tem queda

Entre as 11 regiões pesquisadas, Belo Horizonte teve a maior alta no IPCA-15 de julho, com 0,61%, influenciada pelos aumentos na gasolina (4,49%) e na energia elétrica residencial (3,89%).

Na outra ponta, Goiânia foi a única região com variação negativa (-0,05%), devido à queda nos preços de etanol (-4,23%) e gasolina (-1,63%).

Resumo

Apesar da aceleração do índice em julho, a queda nos preços de itens importantes da cesta básica, como batata, cebola e arroz, trouxe algum alívio ao consumidor, principalmente no grupo Alimentação e bebidas. Já a alta nos serviços de transporte e nas tarifas de energia segue pressionando o orçamento das famílias.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio