Exportações de peixes crescem 52% e fortalecem a piscicultura brasileira no primeiro semestre de 2025

Crescimento expressivo nas exportações

A piscicultura brasileira registrou um desempenho expressivo no comércio exterior durante o primeiro semestre de 2025. O volume exportado cresceu 49% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o faturamento teve alta de 52%, totalizando mais de US$ 35,9 milhões. Os dados fazem parte do boletim técnico elaborado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Março lidera em volume e receita

Entre os meses de janeiro e junho, mais de 8 mil toneladas de peixes foram exportadas pelo Brasil. O destaque foi o mês de março, com o maior volume embarcado — acima de 1.600 toneladas — e o maior faturamento, superior a US$ 7,8 milhões.

Tilápia mantém liderança nas vendas externas

No segundo trimestre de 2025, a tilápia se manteve como a espécie mais exportada da piscicultura nacional, respondendo por 95% das vendas externas. Em seguida, aparece o tambaqui, com 2% do total exportado, reforçando seu papel como principal espécie nativa presente no mercado internacional. Ambas as espécies também ocupam o topo da produção aquícola no país.

Estados Unidos concentram 90% das exportações

O principal destino dos peixes brasileiros segue sendo os Estados Unidos, que importaram US$ 15,6 milhões em produtos, o equivalente a 90% das exportações do setor. O Canadá aparece em segundo lugar, com US$ 438 mil, ou 3% do total.

Essa concentração preocupa diante do anúncio de novas tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, que podem chegar a 50% sobre produtos brasileiros.

Risco com nova taxação norte-americana

Segundo o pesquisador Manoel Pedroza, da Embrapa Pesca e Aquicultura, caso a taxação seja confirmada, o impacto sobre os exportadores brasileiros será significativo. Ele destaca que uma possível estratégia de contenção envolve a busca por novos mercados e o fortalecimento da demanda interna. No entanto, ressalta que abrir novas rotas comerciais no curto prazo será um desafio, especialmente com a suspensão das exportações de pescado brasileiro para a Europa desde 2017.

Filés congelados ganham espaço no mercado externo

Outro destaque do segundo trimestre de 2025 foi o aumento nas exportações de filés congelados. Essa categoria apresentou um crescimento de 126% em volume, quando comparada ao trimestre anterior. De acordo com Pedroza, o dado indica uma tendência positiva de diversificação da pauta exportadora, que antes era concentrada nos filés frescos.

“O Brasil começa a ganhar espaço no competitivo mercado de pescados congelados dos Estados Unidos”, observa o pesquisador.

Ausência de importações de tilápia

Ainda segundo o boletim, um ponto relevante foi a ausência de importações de tilápia no trimestre, apesar da possibilidade de entrada desse produto vindo do Vietnã. Isso reforça o papel do produto nacional na ocupação do mercado interno, além de sua competitividade frente à concorrência internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio