O mercado do milho brasileiro segue lento em várias regiões, mesmo com o avanço da colheita. No Paraná, a pressão nos preços persiste com ofertas industriais abaixo de R$ 70,00 CIF, enquanto produtores pedem valores em torno de R$ 73,00 a R$ 75,00 FOB, reduzindo a liquidez no setor. As cotações regionais variam bastante, com destaque para a Região Metropolitana de Curitiba (R$ 66,77/saca), Centro Oriental (R$ 55,91), Norte Central (R$ 54,93) e Oeste do estado (R$ 54,41).
No Mato Grosso do Sul, a colheita atrasada e perdas causadas por fatores climáticos contribuem para a estabilidade dos preços entre R$ 44,38 e R$ 50,17/saca, mas a insegurança mantém produtores e compradores resistentes a novos contratos.
Situação do milho no Sul do país: RS e SC enfrentam desafios
No Rio Grande do Sul, o mercado está dependente do milho externo, principalmente do Centro-Oeste brasileiro e do Paraguai. Muitos produtores optam por usar o milho para consumo próprio ou vendas locais, evitando liberar grandes volumes para o mercado. As cotações atuais variam entre R$ 65,00/saca em Santa Rosa e Ijuí e R$ 68,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. Para entregas em agosto, os preços pedidos oscilam entre R$ 66,00 e R$ 70,00/saca.
Em Santa Catarina, o mercado está praticamente travado devido ao impasse entre produtores e indústria. Em Campos Novos, agricultores pedem até R$ 80,00/saca, enquanto a indústria oferece no máximo R$ 70,00. No Planalto Norte, pedidos giram em torno de R$ 75,00, contra ofertas médias de R$ 71,00, dificultando a formalização de novos contratos e levando produtores a reduzirem investimentos para a próxima safra.
Bolsa de valores registra leve alta com suporte de Chicago e câmbio
Na B3, o mercado de milho começou a semana com variações mistas, mas apresentou viés positivo nos contratos mais líquidos. O vencimento de setembro/25 fechou em R$ 65,30, alta de R$ 0,11, enquanto novembro/25 recuou ligeiramente para R$ 67,58, e janeiro/26 avançou para R$ 70,56.
O suporte veio da recuperação do dólar e da valorização das cotações em Chicago, que subiram acompanhando a forte alta da soja, impulsionada por expectativas de crescimento nas vendas para a China após declaração de Donald Trump para que o país “quadruplique” suas compras de soja americana. O relatório semanal de exportações americanas registrou um volume 16,13% acima da semana anterior e acima da média prevista pelo mercado, reforçando o movimento de alta.
Expectativas para o relatório WASDE influenciam o mercado
O foco do mercado agora está voltado para o relatório mensal WASDE, do USDA, que será divulgado nesta terça-feira. Ajustes no tamanho da safra americana ou no volume exportado podem afetar diretamente os estoques finais globais, influenciando a direção dos preços do milho nos próximos dias.
Produção recorde e fatores que mantêm pressão sobre preços
Apesar de eventos climáticos pontuais, como geadas e pragas, a produção interna de milho segue com boas expectativas, favorecida pelo aumento da área cultivada e ganhos de produtividade, especialmente na segunda safra. No entanto, a oferta elevada combinada com o ritmo lento das exportações e a retração dos compradores domésticos mantém a pressão para quedas nas cotações, com consumidores preferindo priorizar o recebimento de lotes já negociados.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio