Um protocolo de tratamento para o controle da ‘podridão da uva madura’, doença causada por fungos que tem preocupado produtores do Circuito das Frutas, na região de Jundiaí (SP), está em fase final de elaboração. A previsão é que o documento esteja pronto até setembro deste ano, segundo o Centro de Engenharia e Automação (CEA) do Instituto Agronômico (IAC).
Doença fúngica ameaça parreirais em São Paulo e no Sul do país
A ‘podridão da uva madura’ afeta videiras principalmente em momentos próximos à colheita e já foi registrada em áreas produtoras do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Os sintomas incluem manchas, escurecimento e murchamento das uvas, comprometendo tanto a qualidade quanto o volume da produção.
De acordo com consultores e produtores presentes na reunião no CEA-IAC, em Jundiaí, a incidência da doença aumenta a partir de setembro. A ação do fungo é severa e pode ocorrer em todas as fases da uva, caso não seja controlado adequadamente.
Encontro no CEA-IAC impulsiona definição de estratégias
A reunião promovida pelo CEA-IAC, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, contou com a presença de representantes da prefeitura de Jundiaí, da Associação Agrícola local, produtores de uva e pesquisadores do Instituto Biológico de SP. O objetivo do encontro foi alinhar esforços no desenvolvimento de estratégias para o isolamento dos patógenos e a definição dos melhores tratamentos químicos e biológicos.
Fungos em Jundiaí são diferentes dos do Sul, aponta IAC
Segundo o pesquisador Hamilton Ramos, diretor do CEA-IAC, foi observado que as variações dos fungos identificadas na região de Jundiaí são diferentes daquelas encontradas no Rio Grande do Sul.
Os pesquisadores Cesar Jr. Bueno e Ricardo Harakawa, do Instituto Biológico de SP, estão conduzindo a identificação e isolamento dos patógenos específicos que atuam na região de Jundiaí. Ramos explica que mais de 50 fungos das famílias Glomerella e Colletotrichum já foram sequenciados ao longo do tempo no Brasil, e agora estão sendo utilizados para estabelecer uma análise regional mais precisa.
Avaliação de fungicidas será concluída até setembro
A expectativa dos pesquisadores é que, até setembro, seja possível avaliar a eficácia de fungicidas recomendados para o controle da doença. A ideia é identificar ingredientes ativos, tanto químicos quanto biológicos, com alto, médio e baixo desempenho, a fim de orientar corretamente produtores e consultores da região.
“Vamos classificar os produtos com base no desempenho no manejo da ‘podridão da uva madura’ para que produtores tenham uma referência clara na escolha dos defensivos”, afirmou Hamilton Ramos.
Impacto direto na produção e na qualidade da uva
De acordo com os produtores presentes à reunião, o avanço da doença, se não controlado, pode causar perdas significativas na colheita e comprometer a qualidade final do fruto. O desenvolvimento do protocolo pretende minimizar os prejuízos e oferecer soluções técnicas adequadas à realidade da região de Jundiaí e demais áreas produtoras afetadas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio