Aumento da mistura de etanol na gasolina impulsiona preços e deve reduzir oferta de hidratado, aponta Itaú BBA

O mercado de etanol registrou leve alta nos preços em julho, segundo o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA. Em Paulínia (SP), o litro do biocombustível sem impostos fechou o mês cotado a R$ 2,76, aumento de 1,7% em relação a junho.

Mesmo com a moagem de cana-de-açúcar em ritmo máximo no período — fator que costuma pressionar os preços para baixo —, a valorização foi sustentada pelo aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, que passou de 27% para 30% a partir de 1º de agosto.

Demanda aquecida com nova mistura

De acordo com o Itaú BBA, a mudança no teor de mistura deve elevar a demanda por etanol anidro em 1,4 bilhão de litros por ano, sendo quase 1 bilhão já na safra 2025/26 (abril a março). Esse aumento ocorre em um cenário de oferta menor, o que tende a manter o mercado firme nos próximos meses.

Queda na produção total de etanol

A consultoria revisou para baixo sua estimativa de produção de etanol à base de cana para a safra 2025/26, passando de 23,5 bilhões para 22,6 bilhões de litros, uma redução de 16% em relação ao ciclo anterior. Já o etanol produzido a partir do milho deve crescer 17%, alcançando 9,6 bilhões de litros.

Com esses ajustes, a oferta total de etanol deve cair 8% no ano, totalizando 32 bilhões de litros.

Redução na oferta de etanol hidratado

A combinação de menor produção total e maior destinação de anidro para a gasolina deve reduzir em quase 17% a disponibilidade de etanol hidratado para o mercado de combustíveis na safra 2025/26.

No estado de São Paulo, a paridade média do hidratado frente à gasolina nos postos deve subir para 72%, contra 68% na safra anterior. Isso significa preços acima de R$ 3,00 por litro em Paulínia no fim de 2025 e início de 2026.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio