A floresta urbana do Parque Estadual do Utinga, em Belém (PA), foi palco de uma conversa essencial: como a ciência pode garantir que a água que abastece uma grande capital continue limpa, acessível e protegida? Para falar sobre o tema, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), representado pelo diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade, Oswaldo Moraes, recebeu a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen.
Moraes apresentou o CITinova II, iniciativa que busca tornar cidades mais resilientes diante das mudanças climáticas. Ele destacou a força da ciência na preservação desse território essencial.
O encontro começou no Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição marcada pela sua história e pela sua pesquisa sobre a Amazônia. De lá, o grupo seguiu caminhando entre árvores altas até as margens das lagoas que garantem água potável à população e passou pelo Memorial Amazônico Verônica També, dentro do Parque Estadual Utinga. Cada passo reforçava a mensagem central do projeto: proteger o que sustenta a vida.
O diretor destacou que a preservação passa pela valorização de quem vive e protege o território. Nesse ponto, ele reforçou como o projeto reconhece a relação entre qualidade ambiental e condições de vida. “As pessoas precisam ter recursos para suas vidas. Muitas vezes elas utilizam esses recursos de maneira inadequada porque precisam sobreviver”, enfatizou.
A agenda também aproximou o trabalho do MCTI das discussões globais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre na capital paraense até o dia 21. Segundo o diretor do MCTI, o projeto se conecta de forma completa com o enfrentamento à crise climática. “Essa agenda do CITinova tem duas componentes que conversam intimamente com a agenda da COP: mitigação e adaptação”, contextualizou Moraes.
Do uso de dados para apoiar decisões públicas à conservação da biodiversidade urbana, a iniciativa integra diferentes atuações governamentais e incentiva ações articuladas entre municípios — condição essencial para o sucesso das políticas em regiões metropolitanas.
O Projeto CITinova II
O CITinova II é um projeto de planejamento urbano sustentável que une ciência, tecnologia e inovação para reduzir emissões de gases de efeito estufa, conservar a biodiversidade e fortalecer a adaptação climática.
Entre as ações do projeto estão:
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Apoio técnico a regiões metropolitanas para desenvolvimento de soluções ambientais inovadoras
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Ferramentas de gestão de dados para decisões integradas sobre mobilidade, resíduos sólidos e uso do solo
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Iniciativas de conservação que conectam cidades e natureza
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Capacitação e governança interfederativa, garantindo colaboração entre governos locais e estaduais
Atualmente, o CITinova II atua em Belém (PA), Florianópolis (SC) e Teresina (PI), com potencial de expansão futura para outras regiões do País.
A iniciativa é liderada pelo MCTI, com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), execução do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), e parceria com o Governo do Pará e instituições locais.


