Caminho Verde Brasil é destaque em painel sobre recuperação de pastagens na COP30

O programa Caminho Verde Brasil, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi apresentado pelo diretor do Departamento de Produção Sustentável, Bruno Brasil, durante o painel ‘Recuperação de Pastagens Degradadas: Contribuições da Indústria de Insumos para a Restauração Produtiva’, promovido pela CropLife Brasil no espaço AgriTalks da AgriZone, na COP 30. O encontro reuniu especialistas para discutir como tecnologias, financiamento e boas práticas podem acelerar a recuperação produtiva de áreas degradadas no país.

Bruno lembrou que o Brasil já apresenta avanços consistentes na recuperação de pastagens. Entre 2010 e 2020, no âmbito do Plano ABC, foram restaurados 26,8 milhões de hectares. A fase atual, o ABC+ (2021–2030), prevê recuperar mais 30 milhões de hectares com manejo adequado e técnicas de baixa emissão. Segundo o diretor, intensificar essas práticas aumenta a produtividade, reduz a pressão por abertura de novas áreas e reforça a política climática brasileira.

Ele apresentou o Caminho Verde Brasil como a iniciativa mais estruturante do Mapa para ampliar a recuperação produtiva com base em compromissos ambientais consistentes. O programa prevê a recuperação de 40 milhões de hectares nos próximos dez anos, estabelece desmatamento zero nas propriedades participantes, exige balanço anual de carbono a partir do terceiro ano e incentiva a adoção de tecnologias sustentáveis previstas no ABC+.

“É o recurso e a tecnologia permitindo ao produtor produzir mais em menos área, com eficiência e competitividade, mantendo o compromisso ambiental”, afirmou Bruno.

A primeira fase do programa está sendo financiada pelo Eco Invest, mecanismo do Ministério da Fazenda que destinou R$ 30,2 bilhões ao Caminho Verde Brasil. O volume deve recuperar até 3 milhões de hectares, com prioridade para o Cerrado, mas com alcance nacional. Produtores que aderirem ao programa terão acesso a crédito com juros menores e poderão receber incentivos adicionais ao adotarem bioinsumos, integração lavoura-pecuária, florestas plantadas, terminação intensiva e outras tecnologias sustentáveis previstas no ABC+.

Em contrapartida, assumem compromissos ambientais e passam a monitorar o balanço de carbono da propriedade, com metodologias desenvolvidas pela Embrapa.

Bruno destacou ainda que o programa ajuda o produtor a se familiarizar com a linguagem do carbono e com os requisitos necessários para acessar mercados voluntários e, futuramente, regulados. “O Caminho Verde Brasil aproxima o setor produtivo das exigências ambientais e prepara o país para novas oportunidades ligadas ao carbono”, completou.

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Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária