GT tainha debate pesquisa sobre avaliação da estoque e apresenta possibilidade de aumento de cota para 2026

O Grupo de Trabalho da Tainha, que é coordenado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), realizou nesta sexta-feira (28), a 18º reunião para apresentar um estudo sobre a avaliação de estoque da tainha e cenários para a safra 2026​, com possibilidade de aumento da cota para o próximo ano.

A pesquisa, efetuada por meio de um Termo de Execução nº 30/2023 entre o MPA e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), consiste em uma avaliação do estoque de tainha nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, utilizando dados de captura, esforço de pesca, monitoramento estadual, informações biológicas e séries históricas. O objetivo é fornecer um diagnóstico transparente e tecnicamente robusto sobre a situação atual do estoque e suas tendências ao longo do tempo.

De acordo com professor associado do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMAR-UNIFESP) e coordenador científico da avaliação de estoque da tainha (Mugil liza), Bruno Mourato, foram aplicados métodos modernos de modelagem. “A pesquisa incluiu modelos estruturados por idade e modelos de produção, além de análises de incerteza para estimar o tamanho do estoque, seus níveis de exploração e parâmetros essenciais para a gestão pesqueira”, destaca.

Os resultados dessa pesquisa são fundamentais para subsidiar as discussões sobre a definição da safra da tainha, pois estimam indicadores-chave como:

• Biomassa do estoque;
• Nível de exploração e risco de sobrepesca;
• Rendimento Máximo Sustentável (MSY);
• Limites Biologicamente Aceitáveis (LBA);
• Limite de Captura Anual (LCA).

Essas informações permitem ao MPA e aos comitês de gestão estabelecer limites de captura, períodos de safra, regras de gestão e medidas de conservação baseadas em evidências.

Além disso, o estudo contribui para:

• Aumentar a transparência nas decisões;
• Fortalecer a sustentabilidade da pescaria;
• Apoiar a pesca artesanal e industrial com informações confiáveis;
• Garantir a manutenção do estoque no longo prazo, beneficiando pescadores, comunidades costeiras e o ecossistema marinho.

Cota da tainha para 2026

Durante a reunião também foram apresentadas possibilidades de aumento da cota da tainha para a safra de 2026 para todas as modalidades, atualizada com os novos valores de referência da avaliação de estoque da tainha​.

De acordo com o biólogo da Secretaria Nacional da Pesca Artesanal (SNPA) Leonardo Pinheiro, o MPA tem se dedicado no investimento em geração de dados. “Com a nova atualização da avaliação de estoque foi possível conhecer os parâmetros que dão o norte para a gestão. A pesquisa fez com que os valores que a gente têm de limite, para fazer a partilha das cotas, fosse alterado. Então, essa alteração possibilita ter um aumento da cota para todas as possibilidades, mas que ainda vai ser definido”, avalia.

“Essa demanda de aumento é de todos os setores, para garantir uma captura mais rentável. Ao longo deste ano, foram 20 reuniões e diversas visitas técnicas nos territórios, nos cincos estados que pescam tainha, do Rio Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Tivemos a oportunidade de conversar com mais 800 pessoas. Foi um amplo espaço de participação social, tanto de acompanhamento da safra, quanto para elaboração da safra de 2026”, finaliza.

GT Tainha

O Grupo de Trabalho (GT) da tainha é um colegiado de caráter consultivo, responsável por conduzir as discussões sobre a temporada de pesca da espécie nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil. Coordenado pelo MPA, ele é composto por órgãos do Governo Federal, governos estaduais, entidades de pesca artesanal e industrial, além do Grupo Técnico-Científico (GTC) de assessoramento do Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso Sustentável dos Recursos Pesqueiros Pelágicos das Regiões Sudeste e Sul (CPG Pelágicos SE/S).

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Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura