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Acusado de organizar execução de policial em Ponta Porã, já atirou até em coronel da PM

24/03/2018 17h20

Acusado de organizar execução de policial em Ponta Porã, já atirou até em coronel da PM

‘Minotauro’ ajudou em ataques de 2006 e virou barão do pó em Bauru (SP)

Correio do Estado

A polícia paraguaia anunciou na quinta-feira (22) que identificou Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, 32 anos, como o responsável por organizar e colocar em prática a execução do investigador da Polícia Civil Wescley Vasconcelos Dias, 37, no último dia 6, em Ponta Porã.

Segundo apuração da polícia do país vizinho, divulgada pela imprensa local, Dias captaneava uma equipe conjunta entre os países de investigações sobre as ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira do Brasil com Pedro Juan Caballero. Conforme o Portal Correio do Estado revelou, o investigador chegou inclusive a trabalhar infiltrado no Paraguai e virou alvo da facção após realizar o trabalho de interrogar e transportar acusados detidos no vizinho.

No dia do crime, Dias tinha ido inclusive interrogar e recolher dados de seis integrantes da facção que haviam sido detidos pelos paraguaios em um sítio próximo de Pedro Juan Caballero, usado provavelmente para estocar e distribuir drogas.

Minotauro é procurado pela Polícia Civil de São Paulo desde agosto de 2012. Sua entrada no PCC, segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público paulista, ocorreu após tentar matar a tiros um coronel da Polícia Militar daquele estado, em Hortolândia, cidade na região de Campinas, nos idos de 2005. Na época o caso foi registrado como latrocínio (morte em assalto) tentado e Neto foi julgado e condenado à revelia.

Também pudera, agora filiado ao PCC e com senso empresarial, Minotauro foi usado pela cúpula da quadrilha em um posto de confiança, a divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul.

Em julho de 2006, Minotauro foi preso em uma chácara alugada pela facção em Panorama, às margens do lado paulista do Rio Paraná, junto de outros oito comparsas, sendo duas mulheres. O local era usado como base de operações e foi descoberto após a interceptação de ligações onde Minotauro recebia ordens de lideranças do PCC em presídios de segurança máxima da região para executar agentes penitenciários.

O episódio ocorreu antes de ‘salve geral’ ocorrido naquele ano, onde integrantes da facção mataram policiais e explodiram bases e sede das forças de segurança por todo o estado de São Paulo e presídios do País.

RECOMEÇO

Pela excelente atuação como ‘soldado’, como são chamados os peões da base do PCC, Minotauro foi promovido na hierarquia em 2009, após ser liberado da prisão por formação de quadrilha.

Rodou em diversas cidades do interior paulista como ‘torre’ (como são chamados os líderes) e o último registro do Gaeco aponta Bauru como sua base de operações, onde também foi o ‘disciplina’, decidindo filiações, execuções e organizando viagens para visitas e jumbo de pais e mulheres dos presos das cidades da região.

O problema é que Minotauro não era necessariamente discreto. Circulava por Bauru com carro importado, ostentava banquetes em restaurantes da cidade para até 70 pessoas, o que chamou a atenção e obrigou sua fuga, ocorrida por pura sorte. No dia da operação que desarticuliou seu esquema e prendeu comparsas, tinha sido expulso da casa após brigar com a ex-mulher por uma traição.

A polícia paulista acredita que Minotauro foi necesário no país vizinho, por isso estaria por lá desde 2012, criando raízes.

A execução de Dias, segundo aponta investigação da Polícia Civil de Ponta Porã, teria sido ordenada pelo fato de Minotaurio ter sido descoberto durante a atuação à paisana do investigador.

'Minotauro', de soldado do PCC a chefe do controle do fluxo de cocaína - Foto: Reprodução

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