Em meio a desafios crescentes de escassez hídrica e pressão por práticas mais sustentáveis, produtores brasileiros foram à Espanha conhecer de perto como regiões áridas conseguem aliar produtividade, tecnologia e responsabilidade ambiental. A missão técnica, organizada pela Agrotravel — empresa especializada em experiências no agronegócio — levou um grupo de produtores, técnicos e representantes do setor para Almería e Múrcia, dois dos maiores polos agrícolas da Europa em clima semiárido.
Produção agrícola em pleno deserto: menos de 200 mm de chuva ao ano
Durante a missão, os participantes visitaram fazendas, cooperativas e centros de pesquisa localizados em regiões onde chove menos de 200 mm por ano. Ainda assim, a produção em larga escala impressiona.
“Ver como eles controlam o uso da água com tanta precisão impactou muito o grupo”, contou Fábio Torquato, fundador da Agrotravel e responsável pela organização da missão.
Entre as tecnologias aplicadas destacam-se:
- Sensores de umidade do solo
- Irrigação por gotejamento de alta precisão
- Dessalinização da água do mar
- Reaproveitamento de águas residuais
- Uso de energia renovável para alimentar os sistemas agrícolas
Essas práticas são integradas e voltadas para o uso racional dos recursos naturais, com foco na eficiência hídrica e energética.
Controle biológico no lugar de defensivos químicos
Um dos pontos que mais chamou atenção dos brasileiros foi o modelo de controle de pragas utilizado nas fazendas de Almería. Lá, o uso de defensivos químicos foi praticamente substituído por controle biológico, uma estratégia que alia produtividade com respeito ao meio ambiente e atende às exigências de mercados internacionais.
“Os produtores brasileiros puderam conversar diretamente com os técnicos locais e entender como esse modelo funciona. Isso ajuda a desmistificar muitas práticas e mostra que é possível fazer diferente”, destacou Torquato.
Cooperativas: união que gera escala e competitividade
Outro aprendizado importante veio das visitas às cooperativas agrícolas. Nessas entidades, os produtores focam apenas na produção, enquanto a comercialização, exportação e rastreabilidade dos alimentos ficam a cargo de estruturas organizadas.
“Esse modelo mostrou aos participantes como a união entre produtores pode aumentar a escala de produção, melhorar o poder de negociação e abrir portas para mercados mais exigentes”, explicou Torquato.
Inovação aplicada ao campo acelera resultados
A programação também incluiu visitas a empresas de tecnologia e centros de pesquisa, onde o grupo observou como a inovação está diretamente conectada ao campo.
“Eles investem fortemente em pesquisa aplicada. Essa conexão direta entre ciência e produção é inspiradora para quem, no Brasil, precisa equilibrar produtividade, sustentabilidade e viabilidade econômica”, afirmou o organizador da missão.
Experiências internacionais podem transformar o agro brasileiro
A Agrotravel acredita que conhecer modelos de sucesso fora do país pode gerar reflexões profundas e impulsionar mudanças reais no agronegócio nacional. Para Fábio Torquato, transformar conhecimento em ação é o principal objetivo dessas missões técnicas.
“Nosso papel é abrir horizontes. Cada viagem é pensada para ser mais do que uma visita — é uma provocação. Queremos que o produtor pense diferente, inove e encontre caminhos mais sustentáveis e rentáveis”, finalizou.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio